Lula afirma que união entre países é ‘indestrutível’

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a parceria entre Brasil e China é “indestrutível”. Em seu primeiro discurso em Pequim, ele destacou ainda que essa aliança econômica se baseia numa dependência mútua. “Se depender do meu governo e da minha disposição, seremos parceiros incontornáveis e nossa relação será indestrutível. Porque a China precisa do Brasil, e o Brasil precisa da China. Nós dois. juntos, poderemos fazer com que o Sul Global seja respeitado como nunca foi”, disse.

Lula viajou a Pequim em momento de tensão global com os EUA e fez um contraponto ao presidente americano, Donald Trump, em discurso a executivos de empresas chinesas e brasileiras. Há 16 anos, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Os EUA são o segundo.

“A construção dessa aliança econômica entre China e Brasil, dessa troca de parcerias entre empresas brasileiras e chinesas, não tem retorno. Estejam certos de que daqui para frente só vai crescer”, afirmou.

Horas depois de China e Estados Unidos chegarem a um acordo sobre a guerra comercial disparada por Trump pelo tarifaço, Lula evitou comentar o entendimento e centrou críticas ao governo americano.

Integrantes do Palácio do Planalto entenderam o acerto como algo positivo, pois demonstra que, se foi possível um acordo entre os EUA e seu maior alvo (a China), é sinal de que o mesmo pode ocorrer com os demais. A China havia sido o país mais taxado, enquanto o Brasil recebeu 10%, o menor patamar. No entanto, as autoridades ressaltam que o acordo pode ser revertido a qualquer momento, em razão do comportamento de Trump.

“Não existe saída para um país sozinho. Nós precisamos trabalhar juntos, por isso eu não me conformo com a chamada taxação que o presidente dos EUA tentou impor ao planeta Terra de uma hora para outra”, discursou Lula.

‘GUERRA’

Segundo ele, o relacionamento multilateral garantiu anos de harmonia entre os países, enquanto o “protecionismo no comércio pode levar à guerra”. Lula defendeu o livre-comércio, e voltou a dizer que as medidas protecionistas limitam a soberania dos países.

O presidente afirmou que a relação sino-brasileira não é “comum” e que ambos os países já mostraram compromisso em superar a pobreza. “A China tem sido tratada muitas vezes como se fosse uma inimiga do comércio mundial, quando na verdade a China está se comportando como exemplo de país que está tentando fazer negócio com os países que foram esquecidos durante os últimos 30 anos por muitos outros países”, disse Lula.

Sem citar os EUA e potências ocidentais, ele afirmou que “países grandes deixaram de investir na África e na América Latina”. E mencionou o foco da União Europeia no Leste do continente.

Estadão conteúdo

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