Veja o passo a passo da escalada do conflito entre Israel e Irã

A ação foi justificada por autoridades de defesa israelensesReprodução/X

O conflito entre Israel e Irã atingiu um novo patamar nesta quinta-feira (12), quando o governo israelense confirmou a realização de uma ofensiva preventiva contra alvos militares e nucleares no território iraniano.

A operação, chamada de “Nação de Leões”, foi divulgada pelo jornal The Times of Israel e marca um dos momentos mais agudos na rivalidade entre os dois países.

A justificativa oficial para o ataque é a existência de uma ameaça nuclear iminente. Autoridades israelenses alegam que o Irã possui urânio enriquecido suficiente para produzir diversas ogivas nucleares em curto prazo.

Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF), dezenas de instalações foram atingidas, incluindo estruturas ligadas ao programa nuclear iraniano.

Em resposta, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou estado de emergência nacional e colocou a retaguarda civil sob regime especial.

Sirenes de alerta foram acionadas em diversas regiões do país. A expectativa é de que o Irã responda com mísseis ou drones nas próximas horas.

A seguir, veja o passo a passo da escalada do conflito entre Israel e Irã, desde as relações diplomáticas interrompidas até os ataques diretos de 2024 e a ofensiva de junho deste ano:

Benjamin Netanyahu, em pronunciamento nesta quinta-feira (12)Reprodução/IsraeliPM

1. Aliança estratégica (até 1979)

  • 1950: O Irã reconhece oficialmente o Estado de Israel.
  • 1955 a 1979: Sob o regime do xá Reza Pahlavi, os dois países mantêm cooperação econômica e militar. O Irã fornece petróleo a Israel e participa de projetos conjuntos.
  • Contexto: Ambos eram aliados dos EUA e buscavam contrabalançar a influência árabe e soviética na região.

2. Ruptura após a Revolução Islâmica (1979)

  • Fevereiro de 1979: Com a chegada de Ruhollah Khomeini ao poder, o Irã rompe relações com Israel e adota postura anti-Israel.
  • O novo regime passa a se referir ao Estado judeu como “entidade sionista”.
  • A causa palestina é incorporada como pilar ideológico do novo governo iraniano.

3. Guerra por procuração (década de 1980)

  • 1982: O Irã apoia a criação do Hezbollah após a invasão israelense no Líbano.
  • 1980–1988: Durante a guerra Irã-Iraque, Israel fornece armas ao Irã em troca de influência estratégica.
  • A rivalidade ideológica cresce, mas o confronto direto é evitado. Os embates ocorrem por meio de milícias e operações indiretas.

4. Guerra nas sombras (1990–2000)

  • Israel acusa o Irã de financiar o Hamas, a Jihad Islâmica e o Hezbollah.
  • 2005: A retórica anti-Israel se intensifica com a eleição de Mahmoud Ahmadinejad.
  • O programa nuclear iraniano se torna foco de preocupação para Israel, que inicia ações secretas contra cientistas e instalações nucleares.

5. Conflito na Síria (2011–2018)

  • A Guerra Civil Síria amplia a presença militar do Irã próximo às fronteiras de Israel.
  • Israel realiza bombardeios contra alvos iranianos e do Hezbollah na Síria.
  • 2018: Um avião F-16 israelense é abatido, marcando confronto direto entre as forças.

6. Guerra híbrida e ataques seletivos (2019–2023)

  • Israel amplia ataques a comboios e bases iranianas na Síria, Iraque e Líbano.
  • O Irã responde com ataques cibernéticos e drones lançados por milícias aliadas.
  • 2020: O general iraniano Qassem Soleimani é morto pelos EUA com suposta cooperação israelense.
  • 2023: O ataque do Hamas a Israel em outubro acirra tensões regionais. Israel responsabiliza o Irã por apoio logístico aos grupos armados.

7. Abertura do confronto direto (2024)

  • 1º de abril: Israel é acusado de bombardear o consulado iraniano em Damasco, matando sete militares, entre eles o general Mohammad Reza Zahedi.
  • 13 de abril: O Irã responde com ataque direto, lançando mais de 300 mísseis e drones. A maioria é interceptada.
  • 19 de abril: Israel revida com ataque aéreo limitado.
  • Julho a setembro: Israel intensifica ações, matando líderes do Hezbollah e Hamas.
  • 1º de outubro: O Irã lança novo ataque com mais de 180 mísseis.
  • 26 de outubro: Israel realiza bombardeios dentro do território iraniano. O Irã promete retaliação “proporcional”.

8. Conflito contínuo e nova ofensiva (2025)

  • Janeiro a maio: Israel mantém operações em Gaza e Síria. O Irã continua a apoiar grupos armados, mas evita ataques diretos.
  • 12 de junho: Israel lança a operação “Nação de Leões”, atacando dezenas de alvos iranianos.
  • Estado de emergência é declarado em Israel, com expectativa de retaliação nas próximas horas.
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