
A Polícia Federal (PF) prendeu temporariamente, nessa quinta-feira (22), sete pessoas por suposto envolvimento com a milícia que sequestrou e torturou um autônomo em Caracaraí, em 2023. Os suspeitos são dois investigadores, dois empresários, uma escrivã e vereadora, um policial militar e um delegado.
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De acordo com a investigação da Operação Jeremias 22:17, o crime teria sido motivado para forçar a vítima a indicar o destino de uma carga de cassiterita, minério conhecido como “ouro negro”. O ato também teria o apoio de policiais de Roraima.
Policiais federais investigam o grupo que seria responsável, também, por escoltar cargas de minérios extraídos ilegalmente do garimpo da Terra Indígena Yanomami.
Além disso, de acordo com a PF, o grupo prestaria serviços de segurança clandestina e apuraria a ocorrência de roubos de cargas de forma paralela à atuação estatal.
Adriano Félix, delegado

É delegado da Polícia Civil do Amazonas desde 19 de abril de 2011. Adriano Félix Claudino da Silva já havia comandou a Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), responsável por investigar crimes patrimoniais complexos. Atualmente como titular do 22º Distrito Integrado de Polícia (DIP) de Manaus, ele ganha salário de R$ 42.445,49.
Adriana da Civil, escrivã e vereadora

Adriana Sousa dos Santos é escrivã da Polícia Civil de Roraima (PCRR) há pelo menos 18 anos. Desde 2013, trabalha na delegacia de Caracaraí. Em 2024, foi eleita vereadora da cidade do Sul do Estado com 416 votos.
Atualmente, soma salários brutos de R$ 23,6 mil, sendo R$ 17.192,69 na polícia e R$ 6,5 mil na Câmara de Caracaraí. Em 2025, a PCRR suspendeu a profissional por 30 dias por reter ao menos R$ 10,1 mil em fianças de prisões em flagrante.
Álvaro Tibúrcio, investigador

É investigador da Polícia Civil amazonense e, assim como Adriano Félix, ingressou na corporação em 19 de abril de 2011. Atualmente, Álvaro Tibúrcio Steinheuser recebe salário de 21.844,36. Em 2023, foi preso por suposto envolvimento com o caso do sequestro e da tortura.
Edmilton Freire, investigador

Edmilton Freire dos Santos também é investigador da polícia amazonense. Ele recebe aproximadamente R$ 25 mil por mês. Em 2023, foi preso juntamente com Álvaro Tibúrcio.
Jan Elber

Jan Elber Dantas Ferreira é policial militar de Roraima ao menos desde 2010. Atualmente, o cabo da PM participa de um curso para promoção a sargento. Ele já foi segurança do governador Antonio Denarium (Progressistas) de dezembro de 2018 a março de 2023.
A polícia investiga Elber para entender sua ligação com o transporte de armas que abastece o garimpo. Em uma das prisões de Lidivan Reis, em 19 de abril de 2024, o empresário foi encontrado na picape do amigo policial militar. Elber já negou envolvimento com os crimes.
Lidivan Reis, empresário

Lidivan Santos dos Reis é empresário do ramo de venda de carros usados. Sua empresa, ativa desde 2020, tem capital social de R$ 1,2 milhão. Investigações da PF o apontam como proprietário de um garimpo e muito próximo a policiais militares. Anteriormente, foi preso duas vezes por porte ilegal de armas.
Matheus Possebon, empresário

Matheus Possebon é cantor e empresário do ramo musical. Ele já trabalhou na produtora Opus Entretenimento, que atende artistas como Alexandre Pires, Ana Carolina, Daniel, Jota Quest, KLB, Raça Negra, Seu Jorge e Roupa Nova. Ele foi demitido da empresa após o avanço da investigação.
Em dezembro de 2023, ele foi preso preventivamente pela PF durante a Operação Disco de Ouro, que investigava um esquema de garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami. A investigação apontou que ele seria um dos responsáveis pelo núcleo financeiro das atividades ilícitas. Pires também foi alvo da operação, mas não chegou a ser preso.
O post Quem são os presos pela PF por suposto elo com milícia que torturou autônomo apareceu primeiro em Folha BV.