Ações em Gaza ‘apontam’ para ‘genocídio’, alerta Conselho da Europa

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Os atos cometidos na Faixa de Gaza “apontam na direção da limpeza étnica e do genocídio”, denunciou nesta sexta-feira (23) uma relatora da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE).

É uma “imensa tragédia causada pelo homem e por toda a humanidade, porque deixamos que acontecesse (…) sem intervir”, disse Saskia Kluit, relatora da APCE, que pediu “o fim da crise humanitária que envolve mulheres, crianças e reféns em Gaza”.

O Conselho da Europa, uma organização intergovernamental da qual 46 Estados europeus são membros, trabalha para proteger os direitos humanos e a democracia.

Kluit denunciou o “bloqueio total” imposto por Israel à Faixa de Gaza desde 2 de março, que impede a entrada de “suprimentos humanitários essenciais” no território palestino, confina a população palestina “em um espaço cada vez menor” e deixa as áreas “seguras” desprotegidas.

Esses elementos, disse ela, “combinados com as declarações de membros do governo israelense sobre os moradores de Gaza, tornam muito difícil ignorar que esses atos apontam na direção da limpeza étnica e do genocídio”.

“A comunidade internacional deve cumprir seu dever dizendo a verdade e respeitando suas obrigações legais sob as Convenções de Genebra, incluindo a Convenção sobre o Genocídio”, insistiu Kluit.

Desde 2 de março, as forças israelenses bloqueiam a entrada de ajuda humanitária em Gaza, essencial para seus 2,4 milhões de habitantes.

A guerra eclodiu em 7 de outubro de 2023, após um ataque do movimento islamista palestino Hamas no sul de Israel, que matou 1.218 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em números oficiais.

Os milicianos capturaram 251 pessoas naquele dia, das quais 57 permanecem reféns em Gaza, incluindo 34 que, segundo o exército, teriam morrido.

A campanha militar lançada por Israel em resposta matou mais de 53.700 pessoas em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas. Esses números são considerados confiáveis pela ONU.

© Agence France-Presse

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