A ONG Human Rights Watch denunciou nesta quinta-feira (15) que o bloqueio total imposto por Israel a Gaza desde 2 de março se tornou uma “ferramenta de extermínio”.
“O bloqueio israelense foi além de uma tática militar para se tornar uma ferramenta de extermínio”, disse em um comunicado Federico Borello, diretor interino da HRW.
O funcionário também criticou “os planos de espremer os dois milhões de habitantes de Gaza em uma área ainda menor, tornando o resto do território inabitável”.
Alegando não haver crise humanitária em Gaza, Israel sustenta que o bloqueio, imposto em 2 de março, tem como objetivo pressionar o movimento islamista Hamas a libertar os reféns cativos desde o ataque de 7 de outubro de 2023.
“O plano do governo israelense de demolir o que resta da infraestrutura civil de Gaza e concentrar a população palestina em uma área reduzida constituiria uma escalada abominável de seus atuais crimes contra a humanidade, limpeza étnica e atos de genocídio”, destacou a HRW nesta quinta-feira.
Durante semanas, autoridades da ONU e ONGs vêm alertando para a escassez de alimentos, remédios e combustível no território palestino, onde a ajuda humanitária é vital para os 2,4 milhões de habitantes, dos quais a maioria foi deslocada, alguns várias vezes, em mais de 19 meses de guerra.
Durante o ataque de 7 de outubro, 251 pessoas foram sequestradas em Israel. Cinquenta e sete permanecem cativos em Gaza, dos quais 34 foram declarados mortos pelo Exército israelense.
O Hamas também mantém o corpo de um soldado israelense morto durante uma guerra anterior em Gaza, em 2014.
© Agence France-Presse