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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que o exército israelense entrará na Faixa de Gaza “com força total” nos próximos dias e disse que a guerra não será interrompida em “nenhuma situação”.
Netanyahu disse que o exército irá “completar a operação” contra o Hamas. “Derrotar o Hamas, destruir o Hamas”, afirmou em um comunicado enviado pelo seu gabinete.
“Iremos até o fim”, concluiu Netanyahu. O mandatário israelense descartou qualquer interrupção da guerra, mas afirmou que “um cessar-fogo temporário pode acontecer”.
Declaração acontece no dia seguinte da libertação do refém americano-israelense Edan Alexander pelo Hamas. Ontem, Netanyahu reiterou em comunicado que as negociações para um possível acordo que resulte na libertação de todos os reféns em Gaza acontecerão “sob fogo” e que Israel prepara “uma intensificação dos combates”.
Na semana passada, o gabinete de segurança de Israel aprovou uma nova ofensiva ampliada contra o Hamas. O plano inclui a “conquista da Faixa de Gaza” e a “movimentação” da população local para o sul.
Vitória em Gaza significa destruição total do território palestino, disse o ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich. “Gaza será totalmente destruída, os civis serão enviados para o sul, para uma zona humanitária sem Hamas ou terrorismo, e de lá começarão a sair em grande número para terceiros países”, disse Smotrich em 6 de maio.
Netanyahu se apoia em ideia de Trump de criar “Riviera”
Netanyahu disse que “continuará a promover o plano de Trump para permitir a saída voluntária dos habitantes de Gaza”. Em fevereiro, o presidente dos EUA sugeriu tomar conta do território e transformar a Faixa de Gaza na “Riviera do Oriente Médio”.
Israel retomou ofensiva em março, após colapso de um cessar-fogo apoiado pelos EUA, que havia interrompido os combates por dois meses. Desde então, o governo israelense impôs um bloqueio à entrada de ajuda no enclave. Isso gerou alertas das Nações Unidas e de organizações internacionais de que a população de 2,3 milhões de pessoas enfrenta fome iminente.
Hoje, a OMS fez um alerta sobre o impacto permanente da fome na população de Gaza. “Sem alimentos nutritivos suficientes, água limpa e acesso à saúde, uma geração inteira será permanentemente afetada”, disse o representante da OMS para o Território Palestino Ocupado, Rik Peeperkorn, alertando para o atraso no crescimento e o comprometimento do desenvolvimento cognitivo.
Israel pode estar usando a fome como arma de guerra, segundo entidades. O alerta foi feito tanto pela ONG Médicos do Mundo, quanto pelo chefe da agência de refugiados palestinos da ONU, Philippe Lazzarini. Já Israel culpa o Hamas por causar fome ao roubar a ajuda destinada aos civis. O grupo nega a alegação.