Fotógrafa Joana França explica o processo criativo “paciente” em registros de Brasília

fotografa brasilia

Por: Carolina Chendes e Giovanna Torres

A fotógrafa brasiliense Joana França tem um processo especial de composição de fotografias autorais.

Ela explicou a inspiração de composição de imagens nos ícones arquitetônicos da capital, como o Cine Brasília, o Estádio Nacional e as famosas tesourinhas.

“Tem uma do lado da minha casa, mas preciso esperar um dia de sol, quando a luz estiver boa”, explicou.

Ela destaca a paciência necessária para capturar o momento ideal. A profissional esteve no Conecta, evento científico do Centro Universitário de Brasília.

Hoje em dia, ela fotografa para escritórios de arquitetura e registra tanto grandes projetos quanto ambientes internos.

Joana revelou que nunca marca ensaios com menos de duas horas, mesmo que o espaço a ser fotografado seja pequeno.

“As coisas mundanas são as mais difíceis. Chegar no lugar e ver que a cozinha tá uma bagunça ou que a luz não funciona… isso atrapalha muito”, comentou.

Filha de dois arquitetos formados pela Universidade de Brasília (UnB), Joana cresceu dentro desse universo, o que moldou sua maneira de observar os espaços e as formas urbanas.

Ainda assim, sempre teve um pé a mais na fotografia.

“Nunca fui arquiteta de verdade. Durante a faculdade, eu fugia para áreas como design e fotografia”, afirmou.

Mais tarde, fez um curso de fotografia no Senac em São Paulo, onde desenvolveu a base técnica que utiliza até hoje.

Foto: Agência Ceub

Um dos temas abordados foi a mudança visual das superquadras ao longo do tempo.

“Antes, os pilotis eram mais bonitos, as crianças desciam mais para brincar também. Hoje tem ar-condicionado em todo lugar, o que estraga o visual”, lamentou.

Joana também revelou que gosta de fotografar no momento em que o sol se põe e surge a chamada “luz de fusco”, aquele breve intervalo entre o pôr do sol e o anoitecer completo. “Dura uns 20 minutos. É lindo, mas dá uma correria danada”, contou. 

A fotógrafa também relembrou os tempos antes das redes sociais, quando ia pessoalmente nos escritórios apresentar seu portfólio. Hoje, além das fotos em terra firme, ela também registra Brasília lá do alto, com drones, equipamentos profissionais e até balões de ar quente, que revelam novos ângulos da cidade.

Supervisão: Luiz Cláudio Ferreira

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