“Eu nunca pedi um favor. Me ofereceram e aceitei porque era a única maneira que eu tinha de me despedir”, disse Mauro — filho do falecido Oscar Bergoglio, irmão de Francisco —, em Roma, à Rádio Mitre Argentina, nesta quinta-feira (24).
Mauro, enfermeiro que vive em Buenos Aires, havia declarado na segunda-feira em um programa do canal de televisão A24 que queria viajar, mas não tinha condições financeiras.
Após a entrevista, uma empresária doou as passagens, segundo a imprensa local.
“Nunca pude vir” a Roma, disse ele, emocionado, sobre o fato de ser “a primeira vez” que visita a capital italiana.
O caso gerou confusão na delegação oficial argentina, que será liderada pelo presidente Milei e viajará para Roma na noite desta quinta-feira com outros seis membros do governo, sem nenhum membro da família Bergoglio.
O secretário de Culto, Nahuel Sotelo, que saiu antes da comitiva presidencial, disse em mensagem publicada no X, na capital italiana, que ofereceu a viagem ao sobrinho do papa Francisco, mas que ele rejeitou a oferta.
Na verdade, Sotelo estava se referindo a José Bergoglio, outro sobrinho do papa.
“Hoje, quando cheguei em Roma, encontrei alguns jornalistas ansiosos para usar a morte do papa Francisco como uma bandeira política”, acrescentou.
“Minha primeira reação foi ligar para José Bergoglio, sobrinho direto do papa Francisco e filho da única irmã viva do Santo Padre. Em nenhum momento eles cogitaram viajar”, afirmou.
Vanesa Bergoglio, irmã de Mauro, também entrou na confusão.
“Somos filhos de Oscar Adrian (Bergoglio), não somos midiáticos, somos trabalhadores e, como a maioria das pessoas, passamos sufoco no fim do mês. Meu irmão queria muito estar lá, é o nosso último tio”, escreveu a jovem no X, segundo a imprensa local. Sua conta parecia restrita nesta quinta-feira.
“Agradeço à mídia por permitir que ele faça essa viagem”, acrescentou.
Além de Oscar, os irmãos de Jorge Bergoglio são Alberto Horacio, Marta Regina e María Elena, a única ainda viva.
© Agence France-Presse