Quadrilha presa em operação no interior de SP é especialista em ‘maconha gourmet’ com quilo a R$ 30 mil, diz polícia


Ao todo, 23 foram presos nesta quarta-feira (12). De acordo com a Polícia Civil, primeiros investigados movimentaram R$ 1,3 mi em cerca de 40 dias. Operação contra tráfico de drogas e lavagem de dinheiro cumpre 35 mandados na região de Campinas
Isabella Dotta/EPTV
A Polícia Civil divulgou nesta quarta-feira (12) que a quadrilha investigada pela Operação Garimpeiros, que prendeu 23 pessoas na manhã desta quarta-feira (12) no interior de São Paulo, é especialista no tráfico de variedades de ‘maconha gourmet’ que chegam a custar R$ 30 mil o quilo.
De acordo com o delegado Fernando Sanches, da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Campinas (SP), as buscas começaram em 2024 após a prisão de dois suspeitos, que teriam movimentado cerca de R$ 1,3 milhões em 40 dias com a lavagem de dinheiro do tráfico.
Ao todo, foram expedidos 35 mandados de prisão nas cidades de Artur Nogueira (SP), Hortolândia (SP), Sumaré (SP) e Itapira (SP), além da metrópole. Do total de presos, 16 foram detidos em flagrante pelo crime de tráfico de drogas.
Em entrevista à imprensa, Sanches deu detalhes sobre a atuação do grupo. Veja o que se sabe até agora:
Prisões em 2024 deram ‘start’ na investigação
As investigações começaram após a prisão de dois homens em Campinas, suspeitos de comercializar derivados da maconha chamados de ICE e DRY. Segundo o delegado, esses entorpecentes têm alto teor de tetrahidrocanabinol (THC), substância alucinógena presente na planta.
“São drogas muito caras, que vêm caindo no gosto, principalmente, dos jovens. [O DRY] é um derivado da maconha que é muito caro, tem um valor que vai de R$ 100 a grama, podendo chegar a R$ 300. Um quilo desse entorpecente pode chegar a R$ 30 mil”.
Com a dupla foram apreendidos seis quilos de DRY, o equivalente a R$ 180 mil, além de celulares. Em seguida, investigando os aparelhos, os policiais identificaram a existência de um grupo que atuava na região por meio da compra e venda das drogas, além da lavagem de dinheiro.
“Num período de aproximadamente 40 dias, foi possível identificar, só de comprovantes de transferências e PIX, mais de R$ 1,3 milhão. A desconfiança é que eles estejam lavando esse dinheiro em contas de pessoas físicas, de parentes, e até de pessoas jurídicas”.
Grupo importava e distribuía droga entre si
Sanches detalha que as variedades de maconha vendidas pelo o grupo, normalmente, vêm de países que fazem divisa com o Brasil. A suspeita é que parte dos integrantes fazia a importação para que, depois, eles distribuíssem entre si. “Todos atuam na traficância na compra e venda consorciada, um verdadeiro leilão, pregão de entorpecentes para fornecimento no atacado”.
“Eles se autodenominam garimpeiros. Eles formavam grupos e, de forma consorciada, eles adquiriam esses entorpecentes. Eles diziam que estariam garimpando oportunidades de compra e venda desse tipo de entorpecente. É uma alusão também ao valor do entorpecente, que é bastante elevado”.
Por isso, além dos crimes de tráfico e lavagem de dinheiro, o grupo também é investigado por formação de organização criminosa. “Eles teriam, sim, uma atuação organizada, no sentido que alguns membros desse grupo ficariam responsáveis por adquirir o entorpecente, fazer o contato com fornecedores de países externos ou outros estados, para compartilhar o entorpecente”.
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