Valéria Lins | Especialista em longevidade ensina a manter a memória ativa na velhice e prevenir o declínio cognitivo

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O processo de envelhecimento do cérebro é inevitável para todos, mas o avanço e impacto que ele pode provocar varia de pessoa para pessoa, dependendo das escolhas feitas ao longo da vida. É o que afirma Valéria Lins, gerontóloga e cofundadora do centro de saúde Nandarê, em São Paulo, especialista em longevidade e cuidado integral para pessoas com mais de 45 anos.

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Adotar atividades diárias que desafiam o raciocínio, como palavras cruzadas, jogos de lógica, aprender um segundo idioma ou tocar instrumentos musicais, podem ter impactos diretos na saúde do cérebro, ajudando a reduzir o declínio

Segundo a gerontóloga, é comum que a memória passe por mudanças ao longo da vida. “Isso acontece porque o cérebro, assim como músculos e outros órgãos, também envelhece. A velocidade com que processamos informações pode diminuir, e a capacidade de lembrar nomes ou acontecimentos pode se tornar mais lenta. Porém, essas alterações naturais diferem de condições mais graves, como a demência, que impactam de forma significativa a qualidade de vida. A boa notícia é que a perda grave de memória pode ser prevenida ou minimizada com ações que promovem a saúde do cérebro”, explica Valéria.

Um artigo publicado em novembro passado na Genomic Psychiatry, revista da Genomic Press New York, revelou que o desempenho cognitivo na terceira idade pode estar associado a fatores tanto genéticos quanto ambientais ao longo da vida. O estudo, com base nos dados das coortes de nascimentos Lothian, na Escócia, destaca que habilidades cognitivas na velhice, como memória e raciocínio, podem ser parcialmente previstas por resultados de testes realizados ainda na infância, por volta dos 11 anos.

De acordo com os pesquisadores, adotar hábitos como se manter fisicamente e mentalmente ativo, evitar fatores de risco como pressão alta, colesterol elevado, tabagismo e obesidade, aprender um segundo idioma ou tocar instrumentos musicais pode ter impactos diretos na saúde do cérebro, ajudando a reduzir o declínio cognitivo.

Valéria reforça que a chave está em preservar a plasticidade neural – a capacidade do cérebro de criar novas conexões entre neurônios. “Com o envelhecimento, essa habilidade diminui, mas não desaparece. É nesse contexto que os hábitos saudáveis e os estímulos cognitivos desempenham um papel essencial, ajudando a preservar e até melhorar a saúde do cérebro”, afirma.

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O Envelhecimento do cérebro varia de acordo com o estilo de vida

A gerontóloga sugere algumas dicas para manter a memória ativa com o passar dos anos:

  1. Exercite o cérebro todos os dias: Assim como os músculos, o cérebro também precisa de exercício. Atividades que desafiam o raciocínio, como jogos de lógica, palavras-cruzadas e quebra-cabeças, ajudam a manter a mente ativa. Além disso, sair da zona de conforto ao aprender novas habilidades ou hobbies estimula a formação de novas conexões neurais. Reservar de 15 a 30 minutos diários para esses exercícios pode melhorar significativamente a memória a longo prazo.
  2. Aprendizado contínuo: O aprendizado contínuo é uma das melhores maneiras de manter o cérebro ativo, desafiando a mente e criando novas conexões neurais que ajudam a prevenir o declínio cognitivo. Atividades como cursos, aprender um novo idioma, tocar um instrumento ou praticar artesanato são ótimos exercícios mentais. Com a tecnologia atual, é possível acessar facilmente recursos online, como vídeos tutoriais e cursos gratuitos, para treinar a mente de qualquer lugar.
  3. Atividade física: O exercício físico não beneficia apenas o corpo, mas também é essencial para a saúde do cérebro, melhorando o fluxo sanguíneo, estimulando a produção de substâncias que ajudam na reparação dos neurônios e reduzindo o risco de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer. Atividades como caminhadas, dança, yoga e exercícios aeróbicos são eficazes para fortalecer a função cognitiva, melhorar a coordenação motora e aliviar o estresse, contribuindo para a memória e o bem-estar mental.
  4. Bom sono: O sono é essencial para a saúde do cérebro, ajudando a processar e consolidar informações, além de melhorar a memória e a concentração. Para melhorar a qualidade do sono, é importante ter uma rotina consistente, evitar dispositivos eletrônicos antes de dormir e adotar técnicas de relaxamento, como respiração ou meditação.
  5. Conte com apoio de profissionais: O apoio de profissionais especializados, como neurologistas, geriatras, gerontólogos, psicólogos e nutricionistas, é essencial para manter a saúde da memória. Esses profissionais ajudam a identificar sinais de declínio cognitivo, oferecem tratamentos preventivos e orientações específicas, realizam testes cognitivos, estimulam a mente, lidam com questões emocionais e fornecem recomendações sobre uma alimentação saudável para o cérebro.

Sobre a Nandarê
Primeiro centro de saúde conceito, localizado no Jardim Paulista, em São Paulo, focado em pessoas 45+. Oferece serviços especializados em medicina do estilo de vida, cardiologia, geriatria, nutrição, fisioterapia, atividades físicas, sociais e cognitivas.

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