Saiba quem foi o cantor de pagode que morreu atropelado por motorista embriagado no litoral de SP

Adalto Mello, de 39 anos, era compositor e formado em Educação Física. Ele deixou um filho. Adalto Mello morreu atropelado em São Vicente (SP)
Redes sociais e Reprodução
Adalto Mello, o cantor de pagode que morreu atropelado por um motorista embriagado em São Vicente, no litoral de São Paulo, também era compositor e formado em Educação Física. Conforme apurado pelo g1 nesta terça-feira (31), o músico deixou um filho de 10 anos.
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O artista, de 39 anos, pilotava uma motocicleta quando foi atingido por um carro na Avenida Tupiniquins, no bairro Japuí, por volta das 2h38 deste domingo (29). O motorista do automóvel, de 32 anos, foi preso após o teste do bafômetro dar positivo (assista abaixo).
Vídeo mostra acidente de trânsito que matou cantor de pagode em São Vicente (SP)
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o caso foi inicialmente registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, mas teve a natureza alterada para homicídio doloso com dolo eventual após os trabalhos de investigação.
Vida pessoal
Adalto Mello deixou a mãe e o filho de 10 anos
Arquivo pessoal
Adalto era divorciado e morava com a mãe em Santos. Ele teve um filho fruto do antigo casamento. O menino, de 10 anos, visitava o pai de 15 em 15 dias, aos feriados e férias.
“Meu neto está em casa, ele veio passar as férias com a gente. Não sei mais o que fazer para consolar ele, porque ele grita: ‘Meu pai, meu pai’. Eu tenho falado para ele que Adalto está com Deus, porque ele está, tinha muita fé”, disse a mãe do cantor, Carla Vanessa De Mello Almeida, ao g1.
De acordo com ela, o músico é o primogênito da família. “O meu primeiro bebê. Eu casei com 22 anos e tive o Adalto com 23. Ele foi um bebê a vida inteira, cresceu mas continuou puro”, afirmou ela, acrescentando que Adalto era extremamente apegado aos dois irmãos.
“Eram os três mosqueteiros”, relembrou Carla. Segundo ela, a partida repentina do artista deixou todos muito abalados. “Ele se foi e leva a gente junto”, lamentou.
Adalto Mello (à direita) é primogênito da família e deixou dois irmãos
Arquivo pessoal
Carreira
Carla explicou que o filho se formou em Educação Física e, ao longo da vida, trabalhou em diversas empresas. Apesar disso, ele não abandonou a paixão pela música.
“Era trabalhador, trabalhava [de dia] e à noite chegava em casa, tomava banho, jantava e ia fazer pagode”, explicou a mãe. “Ele nunca deixou e nem deixaria a música”.
De acordo com ela, o filho começou a se apaixonar por música ainda na infância, quando aprendeu a tocar cavaco ao ver o pai com o instrumento. “Aprendeu só de olhar, não fez curso”, disse Carla.
Adalto Mello era cantor e compostior
Redes sociais
Com menos de 15 anos, ele entrou no coral de uma igreja e passou a cantar e escrever canções. Em seguida, passou a se apresentar em comércios e eventos com um grupo de pagode.
“A gente o levava para tocar e esperava. Com 18 anos, a gente começou a deixar ele sozinho, mas sempre era levado por nós ou por algum conhecido de confiança. Sempre foi muito olhado, a gente tinha preocupação com ele, mas Adalto seguiu o que eu e o pai ensinamos, nunca se envolveu com nada errado”, enfatizou.
A mãe disse que o sonho dele era viver da música. “Não pelo dinheiro, sucesso, mas pelo amor que ele tinha”, relatou Carla, afirmando que tinha muito orgulho do talento do filho.
“Nunca esqueço de quando ele se apresentou em um shopping e um homem passou e falou: ‘Nossa, que voz linda’. Eu disse que era meu filho e ele me deu os parabéns”, relembrou.
Características
Ao g1, Carla enfatizou que Adalto era um homem de muita fé e, por isso, tranquilizava os familiares com a rotina de trabalhar durante a madrugada. “Ele era muito temente a Deus. Eu falava: ‘Filho, cuidado, você vai sozinho?’. Ele respondia: ‘Não estou sozinho, eu estou com Deus’. Eu tenho certeza que agora ele está”, disse.
Para a dona de casa, o filho deixou um legado de amor ao próximo, pois sempre tentava ajudar os outros. “Ele tinha defeitos, todo mundo tem, nós estamos encarnados, mas o Adalto tinha o coração puro, uma dignidade, uma honestidade […]. Ele ajudava todo mundo, nunca teve boca para falar mal de ninguém”.
Segundo a mãe, o músico tinha o costume de apelidar os familiares e amigos. “Mãe bondosa, irmão bondosa, amigo bondoso. Chamava todo mundo de bondoso. E o bondoso era ele”, finalizou.

Cantor de pagode Adalto Mello, de 39 anos, morreu em um acidente de trânsito em São Vicente (SP)
Redes sociais
Morte do artista
As imagens de câmeras de monitoramento, que circulam nas redes sociais e foram obtidas pela equipe de reportagem, mostram o momento do acidente em diferentes ângulos (assista no vídeo acima). O motorista do carro ultrapassou um outro automóvel e atingiu Adalto, que foi arremessado.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e, no local, encontraram um carro batido contra uma árvore, além de uma motocicleta caída no chão.
Segundo o Corpo de Bombeiros, uma equipe foi acionada por meio da central de atendimento 193 e auxiliou os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que chegaram antes e realizaram manobras de ressuscitação no cantor. A morte de Adalto foi constatada ainda no local.
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