Jovens brasileiros priorizam empreendedorismo e saúde mental

Durante uma pesquisa realizada pelo Centro Estudos Sociedade, Universidade e Ciência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Instituto de Pesquisa IDEIA, ficou evidente que três em cada dez jovens brasileiros entre 18 e 27 anos têm como maior desejo profissional ter o seu próprio negócio ou a sua própria empresa. O estudo, divulgado nesta quinta-feira (19), mostrou que o nível de escolaridade influencia diretamente no interesse em empreender, com maiores índices entre os jovens pretos (31%) e pardos (32%).

Além disso, outros jovens entrevistados expressaram o desejo de trabalhar como funcionário público (18%), viver de renda ou investimentos (18%), exercer sua profissão como autônomo (12%) e trabalhar como empregado com carteira assinada (11%). Um pequeno grupo de 8% revelou o desejo de não trabalhar. A pesquisa também revelou contrastes nas preferências políticas desses jovens: aqueles que se identificaram como de esquerda têm maior interesse em ser funcionário público (28%), enquanto os jovens de direita mostram maior interesse em ter seu próprio negócio (38%).

A pesquisa, chamada “O que Pensam os Jovens Brasileiros”, entrevistou 1.034 jovens de todas as regiões do país entre os dias 16 e 23 de setembro de 2024. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%. Além de questões sobre profissões, a pesquisa abordou temas como corrupção e violência, que continuam sendo preocupações centrais para os jovens brasileiros. A maioria apontou a corrupção como o principal problema do país, com 34% das respostas, o que representa um aumento em relação a 2021, quando a corrupção ocupava a sexta posição. A violência e a falta de segurança também foram destacados como preocupações significativas, respondendo por 30% das respostas.

A pesquisa revelou ainda que a crise ambiental, climática e hídrica se destacou como a principal preocupação dos jovens brasileiros, saltando da décima posição em 2021 para a quarta posição em 2024, com um crescimento de 243%. Embora muitos jovens se distanciem da polarização política, cerca de 67% dos entrevistados declararam não se identificar nem como de direita nem como de esquerda. Entre os que têm uma posição política definida, 23% se declararam bolsonaristas e 28% petistas. Os jovens também mostraram diferentes visões sobre questões sociais, como o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e as cotas nas universidades públicas, que têm apoio muito maior entre os jovens de esquerda.

Problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, foram os mais citados como afetando os jovens brasileiros, com 38% dos entrevistados apontando esses problemas como uma preocupação significativa. Esse consenso sobre a saúde mental se manteve entre diferentes grupos, independentemente de sua posição política, faixa etária, religião, ou nível de escolaridade. Em seguida, questões como o consumo de drogas (28%), violência e criminalidade (25%), e o vício em celulares e redes sociais (24%) também foram apontados como desafios prevalentes para os jovens brasileiros.

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