ONG manifesta repúdio a assassinatos de crianças no RJ

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SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)

Fotos de 48 crianças e adolescentes assassinadas no estado do Rio de Janeiro foram exibidas nesta quarta-feira (18) nas areias da praia de Copacabana, em uma manifestação da ONG Rio de Paz.

Segundo a Organização, as mortes registradas foram de 2020 a 2024. Os assassinatos teriam ocorrido por armas de fogo, a maioria com bala perdida, em operações policiais e confrontos entre criminosos.

O protesto também instalou uma árvore de natal na areia. ”Governos federal e estadual, como será o Natal das famílias dessas crianças?”, questiona uma faixa da manifestação.

“Estamos em Copacabana em um ato contra essa barbárie cobrando das autoridades públicas uma política de segurança que preserve as vidas humanas, principalmente de crianças”, disse a ONG Rio de Paz.

De 2007 até hoje, a Rio de Paz diz terem sido 115 casos de assassinatos de crianças e adolescentes. O levantamento foi feito desde a fundação da organização, que acrescenta que ”quase todos eram moradores de favela”.

Familiares de algumas das vítimas também participaram da manifestação. Em uma das imagens divulgadas, Vanessa Freitas chora ao lado da foto do filho, João Vítor, que foi morto aos 14 anos com uma bala perdida na cabeça em 2020.

Vanessa cogitou não comparecer ao ato. “Se eu não viesse, eu ia achar que ele está aqui sozinho. Não pude ir à escola ver a formatura dele, mas vim aqui homenageá-lo”, disse a mulher chorando à ONG.

Alguns casos de destaque estão na praia, como o da menina Eloá. Com 5 anos, Eloá da Silva dos Santos morreu baleada com um tiro no peito enquanto brincava dentro de casa na Ilha do Governador após duas ações policiais no local.

“Por que as mesmas coisas são feitas na área da segurança Pública há anos, mas com a expectativa irracional de colher resultados diferentes? Por que a autoria desses crimes não é elucidada? O que faz com que arma e munição entrem livremente na nossa cidade? Qual nação livre e desenvolvida conseguiria conviver com essas mortes da forma como nós povo brasileiro convivemos?”, disse Antonio Carlos Costa, fundador do Rio de Paz.

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