SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O ativista Thiago Ávila, preso em Israel desde domingo (8) por participar de uma missão que tentou furar o bloqueio de Tel Aviv à Faixa de Gaza, foi liberado nesta quinta-feira (12) e está a caminho do Brasil. A informação foi anunciada pela Freedom Flotilla, coalização internacional que coordenou a ação.
“Thiago está voltando para o Brasil. De acordo com as informações mais recentes, Thiago está a caminho do aeroporto e deve chegar ao Brasil em breve”, diz a nota publicada. Segundo a entidade, Israel “ainda não permitiu que o Itamaraty e as advogadas estabelecessem contato direto” com o ativista.
“Aguardamos a confirmação de sua volta e esperamos que essa informação seja verdadeira, sem qualquer desinformação.”
O brasileiro integrava a tripulação do Madleen, barco que tentava chega a Gaza com uma quantidade simbólica de ajuda humanitária quando foi interceptado pela Marinha israelense a cerca de 185 km do território palestino.
A missão levava 12 ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg e a eurodeputada franco-palestina Rima Hassan.
Todas foram detidas, e quatro, incluindo a ativista sueca, foram liberadas após assinar um termo de deportação que os outros oito passageiros se recusaram a aceitar -incluindo Ávila, que entrou em greve de fome para protestar contra a prisão.
Na quarta (11), familiares de Ávila afirmaram que ele havia sido colocado em uma solitária, com base em informações da advogada que acompanha o grupo.
A medida teria ocorrido horas após a família receber a notícia de que Israel deportaria sob novos termos os ativistas que ainda estão presos no país.
Tel Aviv acusa o grupo de “encenar uma provocação midiática com a única intenção de fazer publicidade”.
O bloqueio israelense que o território palestino enfrenta há anos foi intensificado desde o início da guerra, em outubro de 2023. Entre março e maio deste ano, Gaza chegou a ficar 11 semanas sem receber nenhuma ajuda humanitária.
Israel justifica o cerco afirmando que o Hamas, que controla o território, estaria roubando e estocando alimentos para vender a preços elevados. Autoridades da ONU, no entanto, argumentam que não há evidências de que a ajuda internacional tenha sido desviada pela facção terrorista nos últimos meses.
As restrições deixaram Gaza em uma situação alarmante, segundo organizações humanitárias.