Um programa de inteligência artificial desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) será usado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) para reforçar investigações sobre corrupção no Estado. Chamado de CONO — Coletor Automatizado de Notícias sobre Corrupção —, o sistema foi criado no projeto Céos, vinculado ao Departamento de Informática e Estatística da UFSC, e tem como função rastrear notícias publicadas em sites de todo o Estado contendo termos como “licitação fraudulenta”, “mandado de busca” e “corrupção”.
A ferramenta identifica locais, nomes de envolvidos, instituições mencionadas e valores suspeitos. As informações são armazenadas em um banco de dados restrito ao MPSC e servirão como base complementar para investigações em andamento ou futuras.
O projeto é coordenado por professores e alunos da UFSC, com destaque para a estudante Ana Clara Stüpp, que liderou o desenvolvimento do sistema. O CONO utiliza técnicas de raspagem de dados (crawler) e é apoiado por um modelo de linguagem avançado (LLM), capaz de interpretar textos jornalísticos com precisão.
A ideia surgiu após encontros entre a equipe do projeto e membros do Ministério Público, quando uma promotora sugeriu um sistema que reunisse notícias de fraudes como ponto de partida para novas apurações.
Para Ana Clara, o maior propósito é mostrar que a inteligência artificial pode ser usada a favor da sociedade. “Queremos popularizar a tecnologia, começando pelo serviço público, onde muitas vezes o acesso ainda é limitado”, explica.
Ao contrário de IAs abertas, como as populares ferramentas de texto e imagem, os sistemas desenvolvidos pelo Céos seguem critérios científicos rígidos, com foco em precisão e utilidade social.
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