Com previsão de neve e temperaturas negativas, a Serra de Santa Catarina se transforma nesta semana em um dos destinos turísticos mais procurados do país. Cidades como São Joaquim, Urubici, Urupema e Bom Jardim da Serra registram alta na ocupação hoteleira, cardápios temáticos e estrutura reforçada para acolher visitantes e proteger a população mais vulnerável. O fenômeno climático, embora desafiador, representa uma das maiores oportunidades econômicas do ano para a região.
Segundo a Defesa Civil de Santa Catarina, há alerta laranja em vigor devido à entrada de uma massa de ar polar que deve provocar declínio acentuado das temperaturas em todo o estado, com possibilidade real de neve entre quarta (28) e quinta-feira (29). As mínimas devem atingir marcas negativas nas áreas mais elevadas da Serra, enquanto o litoral pode registrar até 5 °C.
São Joaquim: neve e acolhimento com sabor de maçã
Com 90% da rede hoteleira ocupada, São Joaquim, a 1.354 metros de altitude, é uma das cidades mais preparadas para a chegada dos turistas. Conhecida nacionalmente por seu cultivo de maçã, o município ativou um plano de recepção no Centro de Apoio ao Turista, que oferecerá chá quente da fruta e ambiente com lareira. Localizado na Praça Cezário Amarante, o espaço terá horário estendido durante os dias de frio intenso.
A cidade também já iniciou o atendimento à população em situação de rua, com abrigos temporários providos de colchões, alimentação quente, cobertores e segurança. Em anos anteriores, a região do Morro do Cruzeiro, a 1.600 metros de altitude e a cerca de 15 km do centro, tem sido o epicentro da ocorrência de neve — fenômeno que impulsiona o turismo e lota hotéis, pousadas e restaurantes.
Bom Jardim da Serra: lotação e gastronomia especial
Famosa por suas 35 cachoeiras e altitude de 1.250 metros, Bom Jardim da Serra tem 60% da rede hoteleira já ocupada e prevê lotação total até quarta-feira. A expectativa de neve e as baixas temperaturas levaram os bares e restaurantes a desenvolverem cardápios especiais, com pratos típicos de inverno em parceria com a prefeitura.
O município também reforçou o efetivo da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria de Assistência Social para responder rapidamente a emergências causadas por ventos fortes ou frio extremo.
Urupema: a capital nacional do frio em alerta
Reconhecida oficialmente como a cidade mais fria do Brasil, Urupema, com apenas 2.656 habitantes, também prevê alta ocupação hoteleira. O Centro de Apoio ao Turista vai operar com orientações, mapas e indicações de pontos como o Morro das Torres, conhecido por suas paisagens congeladas. O famoso termômetro da praça central, que já marcou recordes negativos, é uma das atrações mais fotografadas durante os picos de frio.
A cidade, que registra em média 50 geadas por ano, deve enfrentar condições semelhantes às de agosto de 2024, quando foi registrada a última neve em Santa Catarina.
Urubici: rota da neve e do turismo de aventura
Com alta procura nos últimos dias, Urubici — que abriga o ponto mais alto do estado, o Morro da Igreja, com 1.822 metros — viu um aumento de 20% nas reservas de hospedagem, segundo a Secretaria Municipal de Turismo. A cidade prepara ações para garantir acolhimento aos visitantes, que também procuram pela famosa Cascata do Avencal e pelo Parque Nacional de São Joaquim.
A força do turismo de inverno já é sentida em todos os setores, especialmente entre pequenos empreendedores, pousadas familiares e produtores locais. De acordo com a Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), a expectativa é que o movimento na Serra durante esta semana supere o registrado nos principais feriados de 2024.
Impacto na saúde e infraestrutura
Além do impacto positivo no turismo, o frio intenso acende um alerta de saúde pública. O Inmet alerta para quedas de temperatura superiores a 5 °C, com riscos à saúde como gripes, agravamento de doenças respiratórias e congelamento de extremidades em casos extremos. A Defesa Civil de SC também orienta atenção redobrada em rodovias e áreas abertas, devido à possibilidade de geadas amplas e congelamento de pistas.
De acordo com a Epagri/Ciram, a onda de frio deve durar até pelo menos o domingo (1º), com mínimas de até -5 °C nas áreas de maior altitude. O fenômeno deve provocar geadas até em áreas do litoral sul e do Vale do Itajaí.
Conclusão:
A chegada da neve e do frio extremo à Serra catarinense representa não apenas um espetáculo da natureza, mas também um termômetro para o potencial do turismo de inverno no estado. Enquanto as cidades serranas se destacam na mídia nacional, a preparação estruturada e o envolvimento das comunidades mostram que Santa Catarina sabe como transformar o rigor do inverno em calor humano, acolhimento e desenvolvimento regional.
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