Foto: Reuters/Adriano Machado
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista ao jornal O Globo que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi estudado por “bastante tempo”. Segundo o chefe da pasta econômica, as medidas foram debatidas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de serem tornadas públicas.
Entre as mudanças anunciadas na última quinta-feira (22), estava o aumento para 3,5% de incidência do IOF sobre transferências relativas a aplicações de fundos no exterior. A medida gerou forte repercussão negativa, o que fez o governo revogar o trecho do decreto horas depois da divulgação.
De acordo com Haddad, a decisão de recuar foi “absolutamente técnica” e de responsabilidade da equipe econômica. O ministro afirmou que se reuniu virtualmente com sua equipe para redigir o ato de correção, logo que o problema foi identificado.
“Não falei com o presidente. A minha decisão [de recuar] foi absolutamente técnica. Foi tomada horas depois do anúncio, assim que me chegaram as informações sobre o problema. Antes de mais nada, chequei com pessoas em que eu confio para saber se aquelas informações estavam corretas”, afirmou ao O Globo.
Embora a decisão específica do recuo não tenha sido debatida com o Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad disse que o conjunto de medidas que foram anunciadas na quinta-feira (22) foram acertadas e debatidas previamente com o chefe do Executivo.
“A comunicação nunca participou dos relatórios bimestrais. Ela é que julga a pertinência de se envolver num tema ou outro. Isso foi debatido na mesa do presidente. E o presidente convoca os ministros que ele considera pertinentes para o caso. Essa é a atribuição do presidente da República”, disse Haddad.
O ministro da Fazenda informou na sexta-feira (23) que o recuo do IOF terá um impacto inferior a R$ 2 bilhões em 2025. Segundo Haddad, a medida foi tomada para evitar especulações do mercado financeiro.
A equipe econômica também anunciou na última quinta-feira (22) um congelamento de R$ 31,3 bilhões no orçamento de 2025 com o objetivo de cumprir o arcabouço fiscal. O bloqueio foi de R$ 10,6 bilhões, já o contingenciamento foi na ordem de R$ 20,7 bilhões.
Taxa de juros
Na entrevista, Haddad disse que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, saberá conduzir a redução da taxa básica de juros. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a autoridade monetária elevou a Selic a 14,75%, o maior patamar em quase 20 anos.
“Ele [Galípolo] não foi convidado para dar um cavalo de pau, porque nós sabemos a delicadeza que é lidar com a confiança das pessoas, dos investidores. Galípolo saberá fazer a transição corretamente para que haja harmonia entre fiscal e monetário”, disse.
CNN Brasil
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