Alimentação emocional: 75% das vezes que as pessoas comem em excesso não estão relacionadas à fome

Esses alimentos ativam a dopamina, gerando prazer e alívio temporários (Foto: Divulgação)

Em um mundo cada vez mais acelerado, em que o estresse e a ansiedade fazem parte da rotina de milhões de pessoas, a alimentação muitas vezes deixa de ser uma resposta à fome física e passa a ser uma forma de lidar com o que se sente. Esse comportamento, conhecido como alimentação emocional, é mais comum do que se imagina — e pode estar por trás de escolhas alimentares que prejudicam a saúde física e mental.

Por que comemos o que sentimos?

Alimentação emocional é o ato de comer como resposta a emoções, e não à fome real. Tristeza, tédio, frustração, raiva e, curiosamente, até alegria, podem levar uma pessoa a buscar conforto na comida. Geralmente, essa busca não se dá por alimentos naturais ou saudáveis, mas por opções ricas em açúcar, gordura e carboidratos — como chocolates, frituras, massas e fast food.

A explicação está no funcionamento do cérebro. Quando ingerimos esse tipo de alimento, o organismo libera neurotransmissores como a dopamina, que provoca uma sensação temporária de prazer e alívio. Esse mecanismo reforça o comportamento, criando um ciclo difícil de romper: a emoção negativa leva ao consumo exagerado, que por sua vez pode gerar culpa, aumentando ainda mais o mal-estar.

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Dados que revelam o impacto

Estudos mostram que cerca de 75% das vezes que as pessoas comem em excesso não estão relacionadas à fome fisiológica, mas sim a fatores emocionais ou ambientais. Além disso, situações de estresse prolongado podem alterar os níveis de cortisol, um hormônio que influencia diretamente o apetite e favorece o acúmulo de gordura abdominal.

Outro dado importante: em períodos de crise — como durante a pandemia ou em momentos de instabilidade econômica — o consumo de alimentos ultraprocessados costuma aumentar significativamente, especialmente entre adultos jovens e mulheres, os grupos mais suscetíveis à alimentação emocional, segundo pesquisas recentes.

Como identificar e mudar o padrão

Reconhecer os gatilhos é o primeiro passo. Comer após uma discussão, durante o trabalho sob pressão ou ao final de um dia cansativo pode ser um sinal de que a comida está sendo usada como fuga emocional. Manter um diário alimentar (anotando o que se come e como se está se sentindo no momento) pode ajudar a identificar padrões e promover mais consciência.

Pequenas mudanças de comportamento também fazem diferença: incluir pausas durante o dia, praticar atividades físicas leves, hidratar-se regularmente e estabelecer uma rotina de sono são atitudes simples que contribuem para o equilíbrio emocional — e, por consequência, para uma relação mais saudável com a comida.

Mais atenção, menos culpa

É importante lembrar que comer por emoção não é um fracasso pessoal. Trata-se de uma resposta humana a contextos difíceis. O objetivo não é eliminar completamente esse comportamento, mas entender seus motivos e criar estratégias para lidar melhor com as emoções. A consciência é o primeiro passo para a mudança — e o bem-estar começa na forma como nos tratamos, não apenas no que colocamos no prato

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