NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O conselho de administração da Petrobras se reúne nesta sexta-feira (23) para destituir o atual diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da companhia, Maurício Tolmasquim, que deixa o cargo para assumir vaga no conselho da Eletrobras.
A diretoria será ocupada interinamente pelo atual diretor de Processos Industriais e Produtos da estatal, William França. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, porém, já escolheu o substituto definitivo: William Nozaki, que hoje ocupa gerência executiva abaixo de Tolmasquim.
A informação foi publicada pela colunista Malu Gaspar no jornal O Globo e confirmada pela reportagem. O nome é ligado a sindicatos de petroleiros e tem apoio do PT. Nozaki foi um dos membros do grupo de transição montado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) logo após a vitória nas urnas.
Antes, era um dos diretores do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos em Petróleo, Gás e Biocombustíveis), que foi fundado pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) para produzir estudos e análises sobre o setor.
No início do governo Lula, antes de assumir o cargo na Petrobras, foi assessor especial do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante.
Sua indicação para a gerência executiva que ocupa na Petrobras foi questionada por críticos da gestão atual, que alegaram o descumprimento de requisitos exigidos a candidatos a vagas na estatal, como a experiência mínima de 36 meses em “posição de chefia superior”.
A Petrobras afirmou na época que “os indicados passaram por uma série de análises de cumprimento dos requisitos de integridade e de capacidade de gestão, como conhecimento na área de atuação pretendida, experiência em liderança e desempenho em funções anteriores”.
A indicação de Nozaki ainda não foi levada ao comitê interno que avalia os candidatos a cargos na alta administração da companhia. Esse processo incluirá nova análise do currículo e de sua experiência para o cargo.
A nomeação depende de eleição pelo conselho de administração da companhia, que ocorrerá só após esse processo.
Tolmasquim também era um nome ligado ao PT -ajudou a escrever o programa energético do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi o primeiro presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), criada em 2004 para coordenar o planejamento da expansão do setor.
Ele foi indicado por Lula para uma das três vagas que o governo ganhou na Eletrobras após acordo para encerrar processo no STF (Supremo Tribunal Federal). Em troca de ceder maior influência ao governo, a ex-estatal foi desobrigada de investir na conclusão da usina Angra 3.