Assembleia do RJ aprova vice de Castro para Tribunal de Contas e sela acordo para eleição de 2026

assembleia rio

ITALO NOGUEIRA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou nesta quarta-feira (21) o vice-governador Thiago Pampolha (MDB) como conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado).

A nomeação é fruto de um arranjo político para alterar a linha sucessória do governador Cláudio Castro (PL) e garantir ao presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar (União Brasil), o comando do Palácio Guanabara no ano que vem. Ele deve disputar o governo estadual em evidência no cargo.

O arranjo foi formalizado com 57 votos favoráveis, cinco contrários e sete abstenções.

Apenas os deputados do PSOL votaram contra a indicação.

“É a indicação do vice-governador depois da indicação do ex-líder de governo [Márcio Pacheco, no ano passado]. Fez isso por um arranjo político eleitoral para que o grupo que está no poder consiga se fortalecer e espalhar sua influência por várias instituições. Não queremos que o TCE seja um puxadinho de qualquer grupo político”, disse Flávio Serafini, do PSOL.

Os integrantes do PT, PSB e PC do B seguiram a orientação de abstenção, apesar de elogiarem Pampolha.
A aprovação do vice-governador contou com votos até do PSD, do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que deve concorrer contra Bacellar em 2026.

“Se a fiscalização é a nossa função precípua, o que impede de um ex-deputado ser membro do TCE? Nada, a não ser o preconceito”, disse Luiz Paulo (PSD).

Castro reconheceu o arranjo político, contrariando até mesmo o próprio vice, que havia dito que aceitou a indicação como uma “decisão de vida”.

“Ninguém aqui é bobo e sabe que tem uma questão política envolvida nisso. Meu afastamento do Thiago acabou afastando ele de ser meu candidato. Hoje, quem reúne as melhores condições para dar continuidade ao trabalho que a gente está fazendo é o Rodrigo Bacellar”, disse o governador.

Durante os discursos, os deputados também criticaram o fato de o TCE ter adotado, nos últimos anos, uma tendência mais rígida. O modelo foi uma consequência do afastamento de conselheiros acusados de corrupção, apurada na Operação Quinto do Ouro, substituídos por conselheiros-substitutos de origem técnica.

“Essa indicação vai devolver a gentileza e a humanidade com os municípios, fazendo um diálogo político. É errado dizer que a política não fazer parte desse processo”, disse o deputado Fred Pacheco (PMN).

Adicionar aos favoritos o Link permanente.