Com o fim de maio, o clima em Brasília começa a mudar. As temperaturas caem, a umidade do ar despenca e, com isso, cresce a preocupação com o impacto na saúde. É o início do período de seca, quando aumentam os casos de rinossinusites, faringites, laringites, bronquites e crises de asma na população.
O ar mais frio e seco dificulta a eliminação natural do muco das vias respiratórias, o que favorece a instalação de infecções. Além disso, o desconforto térmico leva as pessoas a passarem mais tempo em ambientes fechados e mal ventilados — um prato cheio para a circulação de vírus respiratórios.
De acordo com o pneumologista do Hospital DF Star e do Hospital Santa Luzia, Thiago Fuscaldi, com a acentuada redução da umidade relativa do ar, compromete-se a integridade da mucosa respiratória e o funcionamento do sistema mucociliar, principal barreira de defesa contra partículas inaláveis e agentes infecciosos.
“Associado a isso, há maior concentração de poluentes, poeira e alérgenos suspensos no ar, o que favorece processos inflamatórios e infecciosos nas vias aéreas, principalmente em indivíduos com doença respiratória prévia”, explica.
Crianças e idosos são os mais vulneráveis durante o período. Nas crianças, o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento e as vias respiratórias menores favorecem a obstrução quando há inflamação. Já os idosos, além de apresentarem uma resposta imunológica menos eficiente, frequentemente têm doenças crônicas associadas, como insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e diabetes, que agravam o impacto das doenças respiratórias.
O pneumologista dá direcionamentos para previnir a instalação de doenças do tipo ou remediar quadros já estabelecidos, como:
- manter boa hidratação oral
- realizar higienização nasal com soro fisiológico
- umidificar os ambientes internos com bacias d’água ou umidificadores
- evitar exposição a poeira e fumaça
- manter as vacinas atualizadas (especialmente contra Covid, influenza e pneumonia)
- evitar aglomerações em locais fechados.
“Em pacientes com doenças respiratórias crônicas, é essencial o uso regular das medicações de controle e o acompanhamento médico para ajustes conforme a sazonalidade”, finaliza Fuscaldi.