Pelé é insuperável: a história que o IFFHS parece esquecer

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O Instituto de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), que se autointitula guardião dos registros e dos grandes feitos do esporte, acaba de soltar uma lista polêmica — para dizer o mínimo. Por “decreto”, e embalado pelo entusiasmo dos tempos modernos, o instituto elegeu Lionel Messi como o maior jogador da história do futebol. Pelé ficou em segundo. Sim, você leu certo: segundo.

Não se trata de negar o gênio de Messi, que talvez seja o maior jogador da era recente — talvez, até, o mais regular de todos. Mas quando falamos da história do futebol, da sua grandeza total, daquilo que moldou o esporte como o conhecemos, a escolha de Messi acima de Pelé diz mais sobre a memória dos votantes do que sobre os fatos.

Pelé é um ícone. Não apenas do futebol brasileiro, mas do futebol como um todo. Sua imagem transcende gerações, está estampada em camisetas, livros, museus e lembranças de qualquer amante do esporte. Pelé venceu três Copas do Mundo — um feito inalcançável até hoje — e brilhou em uma época em que o Brasil encantava o mundo em excursões pela Europa, como uma seleção-show permanente.

A IFFHS pode até se basear em números recentes, mas a relevância histórica não cabe em planilhas. O colégio eleitoral, inevitavelmente mais jovem, viu Messi no auge, mas não viveu a era de Pelé, nem de Maradona. E isso influencia — e muito — o julgamento. É a velha máxima: quem conta a história determina o herói.

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O ranking

Na lista dos dez maiores da história divulgada pela entidade, três brasileiros aparecem: Pelé, Ronaldo e Ronaldinho. Onde está Garrincha? Onde estão os heróis que colocaram o Brasil no topo do mundo quando o futebol ainda era mágico e menos estatístico?

Sem demérito à lenda Lionel Messi, que é quase tão bom quanto Maradona — e, para muitos, ainda está abaixo do argentino mais rebelde —, a verdade é que Pelé não foi só o maior jogador. Foi o maior símbolo que o futebol já produziu. E, com todo respeito ao IFFHS, isso não se apaga com rankings.

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