O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta segunda-feira (19) a fase de depoimentos de testemunhas no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados. Esses réus compõem o “núcleo 1” da trama, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). As oitivas vão até 2 de junho, com 82 testemunhas de acusação e defesa, e serão realizadas por videoconferência para evitar combinação de versões entre os depoentes.
Entre os principais nomes que prestarão depoimento estão autoridades como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o senador Hamilton Mourão, e o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. Também se destacam militares como o general Freire Gomes, que teria ameaçado prender Bolsonaro após a proposta de adesão das Forças Armadas ao golpe, e o almirante Marcos Olsen, atual comandante da Marinha. O objetivo é esclarecer a participação de figuras centrais na tentativa de subverter a ordem democrática após as eleições de 2022.
O processo é relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, e as audiências serão conduzidas por um juiz auxiliar. A imprensa e os advogados não poderão gravar os depoimentos. Após a fase de testemunhas, os réus, incluindo Bolsonaro, serão interrogados — embora a data ainda não tenha sido definida. A expectativa é que o julgamento ocorra ainda em 2025.
Os acusados respondem por crimes graves, como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e deterioração de patrimônio público. Se condenados, podem receber penas que ultrapassam 30 anos de prisão. O julgamento é um dos mais importantes da história recente do Brasil e pode marcar um divisor de águas na responsabilização de agentes públicos por atentados contra a democracia.
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