
Neste domingo, 18, acontece o Grande Prêmio da Emília-Romanha, em Ímola, dando início aos circuitos europeus da temporada 2025 da Fórmula 1. Apesar das mudanças ao longo dos anos e dos avanços na segurança, o GP de Ímola ainda é lembrado por um dos momentos mais trágicos da história do automobilismo. Em 1994, um fim de semana marcado por acidentes fatais tirou a vida de dois pilotos, incluindo o brasileiro Ayrton Senna. A FolhaBV relembra os acontecimentos daquele fim de semana sombrio que chocou o mundo e mudou para sempre os rumos da F1.
Sexta-feira (29 de abril) – O susto com Barrichello
Logo no primeiro dia de treinos livres, o brasileiro Rubens Barrichello sofreu um grave acidente na curva Variante Bassa. Após perder o controle do carro, Barrichello bateu violentamente contra a barreira de pneus, ficando desacordado. Ele foi levado ao hospital e, apesar da gravidade do impacto, sobreviveu, mas ficou fora do restante do fim de semana.


Foto: Getty Imagens

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Sábado (30 de abril) – A morte de Ratzenberger
No sábado (30), durante a classificação, o austríaco Roland Ratzenberger, da equipe Simtek, sofreu uma falha na asa dianteira de seu carro enquanto tentava se classificar para a corrida. O veículo perdeu o controle a cerca de 300 km/h e bateu com força no muro da curva Villeneuve. Ratzenberger morreu instantaneamente aos 33 anos. A morte de Ratzenberger foi a primeira em pista durante um fim de semana de GP desde 1982.

Foto: Reprodução

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Domingo (1º de maio) – A tragédia de Senna
O domingo começou com mais tensão. Logo na largada do GP de Ímola, o finlandês JJ Lehto e o português Pedro Lamy colidiram. Destroços atingiram a arquibancada e feriram nove espectadores. Ainda assim, a corrida continuou.
Na sétima volta, ocorreu o acidente que marcaria a história do automobilismo. Ayrton Senna, tricampeão mundial e um dos maiores ídolos da Fórmula 1, perdeu o controle de sua Williams-Renault na curva Tamburello e bateu em altíssima velocidade contra o muro de concreto. Uma peça da suspensão dianteira perfurou o capacete do piloto, causando ferimentos fatais. Senna foi levado de helicóptero ao hospital em Bolonha, mas não resistiu. Sua morte foi oficialmente declarada às 18h40, no horário local.


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Senna carregava dentro do cockpit de sua Williams uma bandeira da Áustria. Ele pretendia homenagear Roland Ratzenberger ao fim da corrida, caso vencesse. Ambos tinham a mesma idade: Senna era apenas três meses e meio mais velho que o austríaco.
Mudanças na segurança
As tragédias do GP de Ímola em 1994 impulsionaram uma profunda transformação na Fórmula 1. Mudanças imediatas e de longo prazo foram implementadas para aumentar a segurança dos pilotos, como melhorias no design dos carros, adaptações nos circuitos e novas exigências em equipamentos de proteção.
A curva Tamburello, onde Senna sofreu o acidente, foi redesenhada para reduzir a velocidade. Além disso, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) criou o Instituto da FIA para Segurança em Esportes a Motor, intensificando pesquisas e medidas de prevenção.
Um legado que salvou vidas

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O GP de San Marino de 1994 marcou a Fórmula 1 com cicatrizes profundas, mas também deixou um legado de proteção e responsabilidade. De 1994 a 2014, não houve mais mortes em corridas oficiais da Fórmula 1. A perda de Senna e Ratzenberger se transformou em impulso para salvar futuras gerações de pilotos. Mesmo décadas depois, Ímola segue como um local de reverência e memória.
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