BRUNA FANTTI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
A Prefeitura do Rio de Janeiro lançou nesta sexta-feira (16) um novo plano de segurança viária voltado para motociclistas. Entre as ações anunciadas estão a ampliação das motofaixas -com meta de 200 km até 2028-, o estabelecimento de limite de velocidade de 60 km/h para motos em toda a cidade e restrições de circulação em vias expressas como a avenida Brasil e a Presidente Vargas.
Durante a entrevista coletiva realizada no Centro de Operações Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) enfatizou a urgência das medidas: “Temos uma média de duas mortes por dia no trânsito do Rio, o maior número desde 2008. É inaceitável”, afirmou. Segundo ele, o aumento no número de motocicletas está diretamente relacionado ao crescimento dos acidentes. Entre 2023 e 2024, as ocorrências com motos aumentaram 24%, com quase 21 mil casos.
Além da expansão da infraestrutura, o plano também prevê a assinatura de um acordo com aplicativos de entrega e locomoção que se comprometeram a compartilhar dados de velocidade, quilometragem e sinistros, além da promoção de campanhas educativas e punições para condutores infratores.
Entre os locais que receberão novas motofaixas ainda em 2024 estão trechos da avenida das Américas, no bairro da Barra da Tijuca (33 km); rua Mário Ribeiro, no Leblon (2 km); e avenidas Borges de Medeiros e Epitácio Pessoa, na Lagoa (7 km e 8 km, respectivamente). Para 2025, está prevista a implementação de mais 50 km.
A restrição para motocicletas também será implantada em trechos centrais de grandes vias. Na avenida Presidente Vargas, por exemplo, os veículos poderão circular apenas nas faixas laterais. A avenida das Américas e a avenida Brasil seguirão o mesmo modelo, já que a implantação de motofaixas nessas vias foi considerada inviável.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde mostram que, só nos primeiros três meses de 2025, os acidentes de trânsito aumentaram 43%, sendo que 69% das vítimas de ocorrências fatais eram motociclistas. A maioria dos mortos tem entre 20 e 39 anos, são homens e, em 64% dos casos, negros ou pardos.
A meta da prefeitura é reduzir a taxa de mortes no trânsito até 2030, tomando como base os números de 2018.