LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
Quase metade dos divórcios registrados no Brasil ocorre menos de dez anos após a data de casamento. É o que indicam dados de 2023 divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Naquele ano, 47,8% das separações foram formalizadas menos de dez anos depois do casamento. Em termos absolutos, o percentual equivale a cerca de 210 mil de um total de 439,6 mil divórcios com informações de datas disponíveis.
Dez anos antes, em 2013, a porcentagem era menor, de 42,8%. Isso sinaliza que os divórcios mais rápidos ganharam participação ao longo da década.
Ao mesmo tempo, as separações tardias, registradas 20 anos ou mais após a data de casamento, perderam espaço. Esses divórcios corresponderam a 26% do total em 2023, abaixo da proporção verificada em 2013 (32,3%).
O IBGE ainda disse que, em 2023, 26,2% das separações ocorreram no período de 10 a 19 anos depois da data do casamento. O percentual cresceu ante 2013 (24,8%).
Os dados do instituto integram as Estatísticas do Registro Civil. O levantamento considera tanto os divórcios judiciais, concedidos por varas de família, foros ou varas cíveis, quanto os extrajudiciais, realizados por tabelionatos de notas.
Em 2023, o Norte (54,8%) e o Centro-Oeste (51,9%) registraram os maiores percentuais de separações ocorridas menos de dez anos após o casamento. Sudeste (49%), Sul (43,8%) e Nordeste (43,5%) vieram na sequência.
TEMPO MÉDIO ENTRE CASAMENTO E DIVÓRCIO DIMINUI
Outros recortes divulgados pelo IBGE também sinalizam que parte dos matrimônios está durando menos no Brasil.
Em 2023, o tempo médio entre a data do casamento e o divórcio foi de 13,8 anos. É um número inferior aos 15,9 anos de 2010, segundo comparação feita pelo instituto.