Popularmente conhecida como “Rota de Fuga” — e oficialmente chamada de Rota de Segurança — a via de 3,7km que liga o Setor de Inflamáveis à Estrada Parque Taguatinga (EPTG) foi projetada para salvar a vida de pelo menos 3 mil pessoas. Entretanto, nos últimos anos, ela foi ocupada por famílias que, sem um local apropriado para morar, acabaram erguendo ali suas casas.
Com um atraso de mais de 20 anos, segundo o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), ela foi entregue durante o primeiro mandato do chefe do Executivo local, em 2021, e à época foi comemorada por trabalhadores da região, que ganharam uma alternativa para o caso de algum incidente ou acidente.
De acordo com a Petrobras, mais de 8 bilhões de litros de gasolina e diesel são recebidos, armazenados e distribuídos no local, razão pela qual um incêndio poderia acarretar consequências graves para regiões próximas, como Cidade Estrutural, Cidade do Automóvel, Cruzeiro, Octogonal, Lúcio Costa, Guará e Vicente Pires.
À época da entrega, a Secretaria de Obras informou que não havia projeto de uma rota de fuga para as pessoas em caso de acidentes. Para a construção do trecho de quase 4km foram usados investimentos da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap).
Ao longo dos últimos anos, além de ser uma Rota de Fuga, a via entre o Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA) tornou-se uma via alternativa, tanto para quem quer fugir dos engarrafamentos da Via Estrutural como, também, da própria EPTG.
Outro ponto positivo foi a melhoria do trânsito para caminhões, que antes, devido às leis de circulação do Distrito Federal, precisavam dar grandes voltas, antes de chegarem aos seus destinos.
Riscos para os moradores
Na última semana, o Governo do Distrito Federal deu início a uma ação de remoção de moradias precárias no Setor de Inflamáveis, no SIA, com o intuito de tirar famílias de áreas de risco, próximas a empresas de armazenamento de combustíveis.
Ao menos 44 famílias e 46 edificações precisaram ser removidas para que as vias próximas à Rota de Fuga fossem desobstruídas. Eles corriam risco, uma vez que, com a proximidade com as empresas e com a linha de trem, que passa no local, as chances de socorro aos moradores ficavam reduzidas, vista a largura das vias.
Com as remoções, o governo espera dar mais qualidade em caso de necessidade de socorro no local, reduzindo possíveis danos, em caso de acidentes.
Novas moradias
Na última terça-feira, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (Codhab) reuniu-se com representantes das 44 famílias do Setor de Inflamáveis com o objetivo de habilitá-las e conceder novas moradias em regiões com maior infraestrutura.
Pelo menos sete famílias, até a última atualização, haviam entregado todos os documentos e já estavam aptas a receber novos lares. Outras sete não se encaixavam no programa de habitação popular e o restante ficou de providenciar a documentação necessária para análise da Codhab.