Endrick teve nesta quarta-feira (14) uma daquelas oportunidades que não aparecem com frequência: começou como titular na vitória de 2 x 1 do Real Madrid sobre o Mallorca, mas não soube aproveitar. Perdeu um gol feito no primeiro tempo e sentiu o erro. A partir dali, ficou nervoso, impreciso e foi perdendo confiança até deixar o campo cabisbaixo, aos 74 minutos. Era o momento para se afirmar — e ele não conseguiu entregar eficiência.
O episódio, registrado com dureza pela imprensa espanhola, escancara a realidade: Endrick ainda é um projeto de craque. Tem talento de sobra, mas não está pronto. E aí entra a segunda reflexão, ainda mais complexa: o que esperar dele neste novo ciclo da Seleção Brasileira? Ele tem sido convocado com frequência, mas isso pode mudar.
Sua transição para o futebol europeu exigirá mais do que talento — vai exigir maturidade, inteligência emocional e capacidade de lidar com a pressão. E essa transição está apenas começando.
Carlo Ancelotti, que assumirá o comando da Seleção após a La Liga, é o mesmo técnico que concedeu-lhe poucos minutos Real Madrid. Se Endrick não foi considerado pronto para jogar num time em transição, será que Ancelotti vai apostar nele na Seleção? É legítimo questionar. A camisa do Brasil, por mais simbólica que seja, exige maturidade e resultados.
Endrick está no meio de um processo difícil: adaptar-se ao futebol europeu, encontrar seu lugar entre estrelas já consolidadas e lidar com a pressão de ser o “novo fenômeno”. Vai precisar de tempo, estrutura, força mental e jogo. Mas o tempo, nem sempre, joga a favor dos prodígios.
O futebol mundial já viu muitos jovens promissores sucumbirem ao peso das expectativas. Endrick tem potencial para não ser mais um. Mas precisa mostrar isso com mais consistência — tanto em campo quanto fora dele.