O vento seco do Cerrado sopra carregado de histórias no Recanto das Emas – DF. De 13 a 16 de maio, esse cenário será palco do projeto Cerrado Vivo, uma iniciativa que mistura cultura, tradição e educação ambiental com o propósito de reconectar as pessoas — especialmente os mais jovens — ao bioma que molda a paisagem e a identidade do Centro-Oeste.
O projeto, promovido pelo Instituto Arvoredo com apoio do Ministério da Cultura, transforma o espaço público em uma grande feira cultural educativa. Montado em frente ao Atacadão Dia a Dia, o evento abre suas atividades das 9h às 18h, com entrada gratuita. Oficinas, apresentações artísticas, exposições interativas e rodas de conversa convidam o público a mergulhar na sabedoria dos povos que vivem em comunhão com a natureza.
A proposta do projeto é valorizar os saberes ancestrais das comunidades tradicionais, como povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, que vivem em harmonia com o Cerrado, e chamar atenção para a urgência de preservar esse bioma tão ameaçado.”Podemos conhecer o Cerrado através da riqueza dos seus povos e comunidades tradicionais, mergulhando em uma cultura profundamente sustentável e cheia de saberes ancestrais”, afirma Humberto Lúcio, coordenador do projeto e CEO do Instituto Arvoredo.

Foto: Denise Melo
Com foco especial nos estudantes da rede pública do Distrito Federal, o evento também é aberto à população em geral, que poderá participar de toda a programação. “Os projetos do Instituto Arvoredo têm como objetivo gerar experiências transformadoras e conhecimento que fortaleçam a conexão entre o indivíduo e a natureza — afinal, só defendemos aquilo que conhecemos e valorizamos”, afirma Humberto Lúcio.
Após passar por Samambaia, onde iniciou, o Cerrado Vivo segue agora para o Recanto das Emas, e continuará seu percurso por outras regiões do DF como Ceilândia, Estrutural, Brazlândia, Sol Nascente/Pôr do Sol, Planaltina, Sobradinho II, Paranoá, Santa Maria, São Sebastião, Núcleo Bandeirante e, por fim, o Plano Piloto, que receberá uma edição especial entre o Museu Nacional e a Biblioteca Nacional. O evento tem expectativa de alcançar mais de 30 mil pessoas.
Entre os que participaram do início do projeto, está Davi Lucas, 16 anos, estudante do Centro Interescolar de Línguas de Samambaia, que expressa o encantamento com a experiência. “Eu já tinha estudado o Cerrado na escola, mas viver tudo isso de perto e ainda ouvir em inglês foi incrível. Aprendi muito sobre o bioma e as tradições dos povos que vivem aqui. Foi legal ver que a nossa cultura também pode ser compartilhada em outra língua. Isso me deu ainda mais vontade de continuar estudando”, conta Davi Lucas.

Foto: Denise Melo
Cultura viva
Durante quatro dias, o público poderá conhecer de perto as práticas tradicionais das comunidades que habitam o Cerrado. Estudantes da rede pública do DF também participarão da programação, tendo a chance de vivenciar um mergulho nas culturas que mantêm viva a identidade do território.
A programação de palestras desta edição valoriza os saberes ancestrais e o protagonismo dos povos tradicionais do Cerrado. Pela manhã, às 9h30, a abertura será com a palestra “Conexão ancestral: saberes e tradições dos povos indígenas do Cerrado”, que propõe um mergulho nas práticas culturais, espirituais e cotidianas desses povos. Em seguida, às 10h30, o tema será “Cerrado e sustentabilidade: práticas tradicionais dos quilombolas”, abordando a relação sustentável das comunidades quilombolas com o bioma e a importância de seus conhecimentos para a preservação ambiental.
No período da tarde, a partir das 14h30, a palestra “Medicina da terra: plantas medicinais e conhecimento tradicional do Cerrado” destacará o uso de ervas e saberes passados de geração em geração no cuidado com a saúde. Encerrando a programação, às 15h30, será realizada a apresentação “Cultura, resistência e identidade: a vida dos povos tradicionais no Cerrado moderno”, refletindo sobre os desafios e a força das comunidades frente às mudanças e ameaças contemporâneas.
Serviço
Evento: Cerrado Vivo
Data: 13 a 16 de maio de 2025
Horário: Das 9h às 18h
Local: Recanto das Emas – Setor Hospitalar – Quadra 104/105 – Área Especial
Referência: Quadradão – Frente ao Atacadão Dia a Dia e Restaurante Comunitário.
Valor: Entrada gratuita
Realização: Instituto Arvoredo
Fomento: Ministério da Cultura
Apoio: Administração Regional do Recanto das Emas