Papa Leão XIV, escolhido em 2025 como o novo pontífice da Igreja Católica – Foto: Vatican News/Reprodução/ND
O cardeal estadunidense Robert Prevost, de 69 anos, foi eleito nesta quinta-feira (8) como o novo pontífice da Igreja Católica. Para assumir o 267º papado da instituição religiosa, ele escolheu ser chamado de Leão XIV. Mas, afinal, como são escolhidos os nomes dos novos papas?
A tradição é secular, tendo sido utilizada pela primeira vez por Mercúrio, no século VI. À época, ele preferiu levar o nome de João II, visto que não queria ser chamado como uma divindade não-católica. Tal mudança é uma das primeiras decisões que o novo líder precisa tomar ao assumir o posto.
A seguir, entenda como a prática teve início e os motivos pelos quais o costume segue até os dias atuais.
Como são escolhidos os nomes dos novos papas
Simão, ao ser escolhido como o primeiro papa da Igreja Católica, recebeu um novo nome antes de assumir o pontificado: passou a se chamar Pedro, sendo também conhecido como um dos doze apóstolos de Jesus Cristo. Assim, registrou-se a primeira ‘troca de nomes’ no contexto de um papado.
Oficialmente, contudo, a tradição teve início com João II, visto que a preferência por um novo título partiu de um desejo próprio. O segundo papa a adotar um novo nome foi João XIV, no século 10. Seu nome de batismo era Pedro Canepanova, mas ele evitou ser chamado de Pedro II.
Em sua visão, o título se equipararia ao apóstolo São Pedro, o que ele não desejava. Após ele, papas de origem francesa e alemã também passaram a modificar seus nomes, escolhendo versões com sonoridade mais italiana, a fim de preservar a tradição estabelecida por seus predecessores.
Algum papa já manteve o nome de batismo?
Sim! Mesmo após a tradição iniciada por João II — que liderou a Igreja entre 533 e 535 —, alguns papas, como Marcelo II e Adriano VI, ainda assumiram o pontificado mantendo seus nomes de batismo, visto que não há proibições para a escolha do nome do papa, cabendo ao pontífice eleito a decisão.
Há, contudo, alguns nomes que são evitados pelos cardeais, como “Pedro II”. Isso porque uma profecia feita por São Malaquias no século 12 indicava que o último papa da história se chamaria Pedro II e governaria em um período de grandes turbulências.
Alguns nomes de papas do passado dificilmente voltarão a ser escolhidos. É o caso de “Urbano”, associado a Urbano VIII, conhecido por condenar Galileu Galilei ao afirmar que a Terra girava em torno do Sol, e de “Pio”, relacionado a Pio XII, líder da Igreja durante a Segunda Guerra Mundial.
Já nomes como “Judas” ou “Lúcifer” não devem ser escolhidos, de modo a evitar homenagens a personagens não muito benquistos na Bíblia.
Quem é Leão XIV, eleito novo papa da Igreja Católica
Após o segundo conclave mais rápido da história, o papa Leão XIV foi anunciado na sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Prevost, nascido em Chicago, Illinois, ficou conhecido como o “padre de duas pátrias” devido à sua atuação no Peru, nos anos de 1980.
Primeiro papa norte-americano, Robert Francis Prevost, o Papa Leão XIV foi eleito em um dos conclaves mais rápidos da história – Foto: Vatican News/ND
Robert Prevost sucede Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi Pecci-Prosperi-Buzzi, que, entre 1878 e 1903, comandou a Igreja como o papa Leão XIII.
