A diferença de cores nas vestimentas dos cardeais chamou a atenção nessa quarta-feira, 7, no primeiro dia do conclave. Entre os religiosos presentes para participar do processo de votação, alguns deles se destacaram pelo uso de roupas pretas.
Conforme o site Aleteia, que divulga notícias católicas, a veste própria dos cardeais é o que se chama de hábito talar, traje que cobre todo o corpo até os tornozelos.
“A cor dos cardeais é o vermelho que recorda o sangue dos apóstolos Pedro e Paulo derramado em Roma. Usam faixas vermelhas, o barrete da mesma cor, e o anel cardinalício que os distingue”, disse a publicação.
Contudo, ainda segundo o site, entre os cardeais, alguns usam roupas diferentes. “São cardeais, mas não usam as batinas com as quais estamos acostumados a ver padres e bispos. Isso se dá, justamente, pelo fato de que esses cardeais usam as vestes religiosas comuns em suas regiões”, explicou.
No funeral do papa Francisco, cardeais recitaram orações em grego e árabe, destacando a diversidade da Igreja Católica, que abrange 24 ritos diferentes.
“Essa homenagem dos bispos orientais mostra que a Igreja Católica tem dois pulmões: a igreja latina que traz o oxigênio de diversas terras e novas culturas; e o outro pulmão é a igreja do oriente que há séculos vive e testemunha a fé em meio a ambientes muitas vezes hostis”, afirma o site Aleteia.
Entre cardeais que usam vestimentas pretas:
– Cardeal Baselios Cleemis é indiano e preside o sínodo da Igreja Siro-malankar que é ligada à tradição litúrgica de Antioquia.
– Cardeal George Jacob Koovakad, também indiano, preside o Dicastério para o Diálogo Inter-religioso. Ele é do rito siro-malabar, ligado à tradição litúrgica síria.
– Cardeal Behaneyesus Souraphiel é bispo de Adis Abeba, capital da Etiópia. Seu rito litúrgico é próprio da igreja etíope, que está relacionado com a tradição de Alexandria.
– Cardeal Mikola Bychok é do rito greco-católico ucraniano e é bispo em Melbourne na Austrália. Ele usa trajes típicos da tradição litúrgica bizantina.
– Cardeal Louis Raphael Sako é patriarca de Babilônia dos Caldeus uma igreja com sede em Bagdá, Iraque, refletindo a dispersão global de seus fiéis migrantes.
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