SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que três reféns teriam morrido recentemente na Faixa de Gaza e apenas 21 permaneciam vivos, o governo de Israel negou a informação.
O mediador israelense para os reféns, Gal Hirsch, disse nesta quarta-feira (7) que o número de pessoas vivas e mantidas em cativeiro em Gaza desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 permanece o mesmo.
“Atualmente, 59 reféns estão retidos pela organização terrorista Hamas. Vinte e quatro deles estão na lista de reféns vivos. Trinta e cinco estão na lista de reféns cuja morte foi confirmada oficialmente”, escreveu Hirsch na rede social X.
Segundo o Times of Israel, Binyamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, afirmou que 21 reféns estão vivos “com certeza”, mas que há dúvidas quanto a três dos reféns.
“Há mais três pessoas sobre as quais, infelizmente, há dúvida se ainda estão vivas”, diz ele.
Em um evento na Casa Branca na terça (6), Trump disse que 24 reféns estavam vivos há uma semana, mas agora o número era 21. “Digo 21 porque, até hoje, são 21. Três morreram”, disse ele, sem citar uma fonte ou fornecer mais detalhes. “Queremos tentar salvar o maior número possível de reféns. É uma situação terrível.”
As declarações divergiam do balanço anunciado pelo Exército israelense.
O comentário de Trump levou o grupo que representa as famílias dos reféns a solicitar ao governo israelense que compartilhasse imediatamente qualquer nova informação.
“O quartel-general apela novamente ao primeiro-ministro para que interrompa a guerra até o retorno do último sequestrado. Esta é a tarefa nacional mais urgente e importante”, disse um porta-voz do grupo.
Trump vai visitar a Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos de 13 a 16 de maio. O presidente americano exigiu diversas vezes a libertação dos reféns.
Um total de 251 pessoas foram feitas reféns durante os ataques do Hamas ao sul de Israel em 2023, nos quais cerca de 1.200 pessoas, a maioria civis, foram mortas, segundo dados israelenses.
Israel respondeu com um ataque aéreo e terrestre a Gaza, que matou mais de 52 mil palestinos, incluindo milhares de crianças, segundo números do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo
Hamas e considerados confiáveis pela ONU. A ofensiva israelense deslocou a maior parte da população e reduziu grande parte do território a ruínas.
O Hamas também retém o corpo de um soldado israelenses morto durante uma guerra anterior em Gaza, em 2014.
O destino dos reféns é uma questão importante para a maioria dos israelenses e tem causado crescente inquietação e divisão no país à medida que a guerra se arrasta.
As famílias dos reféns e seus apoiadores disseram desde o início que a libertação de todos os sequestrados pelo Hamas deveria ser a prioridade absoluta.
A maioria dos cativos devolvidos vivos a Israel até o momento foi libertada como parte de acordos com o Hamas durante dois cessar-fogo temporários no final de 2023 e no início de 2025.
A trégua mais recente fracassou em março, e o grupo de famílias argumenta que Israel deve interromper os combates e negociar a libertação dos reféns restantes.
O governo afirma que seus dois objetivos de guerra são destruir o Hamas e libertar os reféns. Esta semana, anunciou uma expansão de sua ofensiva em Gaza, causando consternação entre as famílias dos reféns, que afirmam que isso colocará seus entes queridos ainda mais em perigo.