Míssil Houthi atinge perímetro do Aeroporto de Tel Aviv — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Um míssil caiu dentro do perímetro do Aeroporto Internacional Ben Gurion, o principal de Israel, neste domingo, ferindo seis pessoas, interrompendo voos e abrindo uma ampla cratera em uma via de acesso próxima a um dos terminais, em um ataque reivindicado pelos rebeldes Houthis, do Iêmen. Companhias aéreas internacionais cancelaram voos para o aeroporto pelos próximos dias, enquanto Israel prometeu retaliação e convocou uma reunião do Gabinete de Segurança para a tarde.
O Exército israelense afirmou que “várias tentativas foram feitas para interceptar” o míssil lançado do Iêmen, um raro ataque lançado pelo grupo rebelde aliado ao Irã que penetrou as defesas aéreas de Israel. Um vídeo divulgado pela polícia israelense mostrou policiais parados na borda de uma cratera profunda, com a torre de controle visível à distância atrás deles. Não foram relatados danos aos prédios ou pistas do aeroporto.
A polícia relatou um “impacto de míssil” no aeroporto, que é a principal porta de entrada internacional de Israel. Um fotógrafo da AFP disse que o míssil atingiu perto dos estacionamentos do Terminal 3, o maior do aeroporto, com a cratera a menos de um quilômetro da pista mais próxima.
— Vocês podem ver a área logo atrás de nós: uma cratera se formou aqui, com várias dezenas de metros de largura e várias dezenas de metros de profundidade — disse o chefe da polícia central de Israel, Yair Hezroni, no vídeo compartilhado pela força policial.
Não ficou imediatamente claro se o impacto foi causado pelo míssil iemenita ou por um interceptador. O ataque foi reivindicado pelos Houthis, que afirmam atuar em apoio aos palestinos na Faixa de Gaza devastada pela guerra.
“A força de mísseis das Forças Armadas do Iêmen realizou uma operação militar visando o aeroporto Ben Gurion” com um “míssil balístico hipersônico”, disseram os Houthis em um comunicado, referindo-se às suas próprias forças.
O serviço de emergência israelense Magen David Adom informou ter atendido pelo menos seis pessoas com ferimentos leves a moderados.
Um jornalista da AFP dentro do aeroporto no momento do ataque disse ter ouvido um “estrondo forte” por volta das 9h35 (03h35 em Brasília), acrescentando que a “reverberação foi muito forte”.
— A equipe de segurança imediatamente pediu a centenas de passageiros que se abrigassem, alguns em bunkers — disse o jornalista da AFP. — Muitos passageiros agora aguardam a decolagem de seus voos e outros tentam encontrar voos alternativos”.
Um voo da Air India que chegava foi desviado para Abu Dhabi, informou um funcionário do aeroporto à AFP. A companhia indiana, bem como a alemã Lufthansa, anunciaram o cancelamento de todos os voos a Tel Aviv até 6 de maio.
Um passageiro disse que o ataque, ocorrido logo após sirenes de ataque aéreo soarem em partes do país, causou pânico.
— É loucura dizer isso, mas desde 7 de outubro estamos acostumados com isso — disse o passageiro, que não quis ser identificado, referindo-se ao ataque do Hamas contra Israel em 2023, que desencadeou a guerra em Gaza. — Um míssil pode chegar a qualquer momento e a vida para por um tempo. Hoje, no aeroporto, houve pânico e até eu fiquei com medo, porque a explosão foi forte.
Promessa de retaliação
A autoridade aeroportuária de Israel afirmou que “as partidas e chegadas foram retomadas” no Ben Gurion, pouco tempo após terem sido interrompidas devido aos disparos de mísseis. O aeroporto “está aberto e operacional”, afirmou a autoridade de aviação em um comunicado.
— Quem nos atacar, nós o atingiremos com sete vezes mais força — disse o ministro da Defesa, Israel Katz, em uma ameaça direta após a explosão.
O gabinete de segurança se reunirá às 16h00 (13h em Brasília), indicou à AFP um funcionário do governo. Meios de comunicação israelenses divulgaram no sábado que o gabinete de segurança se reuniria para aprovar um plano para ampliar a ofensiva militar na Faixa de Gaza, com ordens de convocação para dezenas de milhares de reservistas.
Os rebeldes Houthis, apoiados pelo Irã, que controlam partes do Iêmen, lançaram mísseis e drones contra Israel e navios do Mar Vermelho durante a guerra de Gaza, afirmando estarem agindo em solidariedade aos palestinos.
O Globo
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