SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu o ex-deputado Wolney Queiroz para assumir o comando do Ministério da Previdência. A nomeação ocorre após a saída de Carlos Lupi, presidente do PDT, em meio a investigações sobre um esquema de fraudes no INSS, que pode ter causado um rombo de até R$ 6,3 bilhões em pagamentos a aposentados e pensionistas.
Natural de Caruaru, município pernambucano com cerca de 370 mil habitantes, Wolney Queiroz nasceu em 1972. Aos 20 anos, se filiou ao PDT, em 1992.
Ele exerceu seis mandatos consecutivos como deputado federal e assumiu o primeiro em 1995. Em 2022, tentou se reeleger, mas não conseguiu votos suficientes.
Já defendeu greve no INSS. Em 2022, em suas redes sociais, o ex-deputado apoiou a greve dos servidores do INSS, acusando o governo de Bolsonaro por “deixar serviços essenciais sem recurso”.
“Bolsonaro detonou os cofres públicos para comprar a reeleição, foi derrotado, e agora a máquina pública está em colapso. Nessa quarta-feira, o INSS afirmou que vai paralisar suas atividades por falta de recursos. A pergunta que fica é: Onde está o dinheiro do Instituto, Bolsonaro?”, escreveu.
Queiroz tem trajetória política ligada a Carlos Lupi. Os dois participaram juntos de diversos eventos, um dos mais recentes, uma agenda política no Recife (PE), ato promovido pela governadora do estado e divulgado pelo PDT.
Em 2022, foi indicado por Lupi para integrar a equipe de transição entre os governos Bolsonaro e Lula. A escolha foi feita após pedido da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, para que os partidos aliados sugerissem nomes.
Queiroz já comandou interinamente o Ministério da Previdência. Ele substituiu Lupi durante uma viagem do então ministro à Espanha, em outubro do ano passado. Atualmente, ocupa o cargo de secretário-executivo da pasta.
Também já liderou a oposição na Câmara. Em 2022, assumiu o posto que era de Alessandro Molon (PSB) e liderou os trabalhos da oposição no último ano do governo de Jair Bolsonaro (PL).
QUE FOI O ESCÂNDALO NO INSS
Fraude no INSS envolve concessões irregulares e pode ter causado prejuízo bilionário. A investigação que levou à saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência apura um esquema de fraudes na concessão de benefícios no INSS, que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões dos cofres públicos. A operação foi descoberta por meio de uma força-tarefa da CGU (Controladoria-Geral da União), Polícia Federal, Ministério da Previdência e o próprio INSS.
As irregularidades envolvem a liberação indevida de aposentadorias e pensões por servidores do órgão, com uso de documentos falsos e inserção de dados fraudulentos nos sistemas do governo. De acordo com a CGU, há indícios de envolvimento de funcionários públicos e de uma atuação organizada para burlar os mecanismos de controle e fiscalização.
A apuração identificou mais de 3,5 mil benefícios suspeitos. Só em 2023, esses pagamentos somaram cerca de R$ 1,3 bilhão, com impacto estimado de R$ 6,3 bilhões ao longo de dez anos, caso o esquema não fosse descoberto.