Privacidade morreu? Como dados viraram mercadoria

Durante décadas, a privacidade foi entendida como um direito individual, associado à intimidade, à liberdade de expressão e à segurança pessoal. No entanto, na era digital, esse direito parece cada vez mais ameaçado — e, para muitos especialistas, já praticamente extinto. Com a transformação de dados pessoais em ativos econômicos, somos hoje produtos em um mercado invisível, onde nossas informações mais íntimas são compradas, vendidas e exploradas em tempo real.

O novo petróleo: dados

Empresas de tecnologia, redes sociais, aplicativos de entrega, plataformas de streaming e até lojas físicas coletam, processam e armazenam dados constantemente: localização, hábitos de consumo, histórico de navegação, preferências políticas e até padrões de sono. Essas informações são transformadas em perfis de comportamento, utilizados para segmentar anúncios, prever decisões e influenciar escolhas — muitas vezes sem que o usuário perceba.

Essa lógica de mercado é tão poderosa que os dados passaram a ser considerados o “novo petróleo” da economia digital. A diferença é que, enquanto o petróleo é finito, os dados se multiplicam a cada clique, curtida ou rolagem de tela.

Consentimento sob pressão

Embora leis como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) no Brasil e o GDPR na Europa tenham surgido para garantir maior transparência e controle ao usuário, a prática mostra que o consentimento dado aos termos de uso é, muitas vezes, simbólico. A linguagem técnica e os “textos quilométricos” desestimulam a leitura, e recusar o compartilhamento de dados pode significar não acessar um serviço essencial.

O modelo atual coloca o usuário contra a parede: aceite ser monitorado — ou fique de fora.

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