Dia da Literatura Brasileira: 10 grandes obras que mostram a diversidade do país

No Dia da Literatura Brasileira, o país comemora séculos de uma vasta coleção de obras e autores renomados

Do clássico ao contemporâneo, a literatura brasileira revela a alma do país ao longo dos séculos – Foto: Banco de Imagens/ND

Do clássico ao contemporâneo, os leitores brasileiros têm muito a celebrar neste Dia da Literatura Brasileira. Com uma produção rica em gêneros marcantes, a literatura nacional atravessa os séculos registrando memórias, refletindo realidades e traduzindo a alma do país em cada época.

Neste 1º de maio, aproveite o Dia da Literatura Brasileira para conhecer 10 títulos indispensáveis que merecem um lugar na sua lista de leitura.

Dia da Literatura Brasileira: 10 obras para enriquecer sua estante

De Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector a Carina Rissi, Carla Madeira e Bianca Jung — todos esses autores compartilham algo em comum: a paixão pelas palavras e o desejo de transformar vidas por meio de suas histórias.

Inspirado por esses e outros grandes nomes da literatura nacional, o ND Mais selecionou 10 obras que prometem enriquecer seu conhecimento e despertar novas leituras neste Dia da Literatura Brasileira. Não deixe de anotar essas dicas, ler suas sinopses e abrir um espaço na sua estante!

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

Com este livro, em 1881, Machado de Assis inaugura o Realismo no Brasil. A autobiografia de Brás Cubas começa quando morre o homem e nasce um autor. O filho de uma família da alta sociedade é um narrador-personagem que constantemente comenta a própria obra.

Machado de Assis provoca o leitor ao se dirigir diretamente a ele, relatando uma vida sem realizações e fadada ao vazio existencial.

Brás Cubas pinta o pessimismo, a ironia e a indiferença da sociedade burguesa carioca de então.

Seria a busca por esse retrato social que, a partir daí, guiaria os autores do fim do Segundo Império e influenciaria toda a literatura nacional.

Perdida (Vol. 1): Um amor que ultrapassa as barreiras do tempo, de Carina Rissi

O primeiro livro da série best-seller homônima que estabeleceu a autora como uma das escritoras mais queridas entre leitores de todas as idades. Neste livro conhecemos Sofia, que vive em uma metrópole e está acostumada com a modernidade e as facilidades que ela traz.

Ligeiramente viciada em tecnologia acredita que não saberia viver sem computador, celular e… microondas.

Cética e independente, Sofia tem como melhor amiga, Nina, uma bela jovem que esteve ao seu lado em todos os momentos difícieis em que precisou de apoio. Ao contrário da amiga, que faz planos para seu futuro romântico, Sofia tem pavor à mera menção da palavra casamento.

Viver em função de uma só pessoa, como se sua vida apenas tivesse sentido se ela estivesse por perto? Acordar e olhar para a mesma pessoa todo santo dia! Ter que cuidar da casa, do marido, dos filhos, do cachorro, trabalhar… Casamenro, não seria um tipo de sentença de escravidão? Enfim!

Os únicos romances na vida de Sofia são aqueles que os livros proporcionam. Mas ao acordar em um belo dia de fevereiro a moça terá uma reviravolta em sua vida. Após comprar um celular novo, algo misterioso acontece e Sofia descobre que está perdida no século dezenove.

Ela não tem ideia de como voltar para casa – ou se isso sequer é possível. Enquanto tenta desesperadamente encontrar um meio de retornar ao tempo presente, ela é acolhida pela família Clarke. Com a ajuda do prestativo – e lindo – Ian Clarke, que aos poucos mexe com todos os seus sentidos.

Sofia embarca numa busca frenética e acaba encontrando pistas que talvez possam ajudá-la a resolver esse mistério e voltar para sua tão amada vida. O que ela não sabia era que seu coração tinha outros planos. Perdida é um romance divertido e apaixonante que une o melhor de dois mundos.

Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade

Publicado em 1940, quando Carlos Drummond de Andrade tinha 38 anos, é seu terceiro livro de poemas, mas o primeiro escrito após a mudança para o Rio de Janeiro, então capital do país. O poema-título, que abre o volume, registra a abertura do poeta para uma visão mais ampla da humanidade.

No conjunto de poemas aqui reunidos, há também uma atitude política mais participativa e empenhada (mesmo que ciente de seus limites) na transformação da realidade. Os poemas sociais de Sentimento do mundo são alguns dos melhores já produzidos em nossa literatura.

Tudo é Rio, de Carla Madeira

O romance narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, a prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso.

Na orelha do livro, Martha Medeiros escreve: “Tudo é rio é uma obra-prima, e não há exagero no que afirmo. É daqueles livros que, ao ser terminado, dá vontade de começar de novo, no mesmo instante, desta vez para se demorar em cada linha, saborear cada frase, deixar-se abraçar pela poesia da prosa”.

A metáfora do rio se revela por meio da narrativa que flui – ora intensa, ora mais branda – de forma ininterrupta, mas também por meio do suor, da saliva, do sangue, das lágrimas, do sêmen, e Carla faz isso sem ser apelativa, sem sentimentalismo barato.

A Hora da Estrela, de Clarice Lispector

Lançada pouco antes de sua morte, em 1977, a obra conta os momentos de criação do escritor Rodrigo S. M. (a própria Clarice) narrando a história de Macabéa, uma alagoana órfã, virgem e solitária, criada por uma tia tirana, que a leva para o Rio de Janeiro, onde trabalha como datilógrafa.

Clarice escreve sabendo que a morte está próxima e põe um pouco de si nas personagens Rodrigo e Macabéa. Ele, um escritor à espera da morte; ela, uma solitária que gosta de ouvir a Rádio Relógio e que passou a infância no Nordeste, como Clarice. Macabéa cumpre seu destino sem reclamar.

Feia, magra, sem entender muito bem o que se passa à sua volta, é maltratada pelo namorado Olímpico e pela colega Glória. Os dois são o seu oposto: o metalúrgico Olímpico sonha alto e quer ser deputado, e Glória, carioca da gema e gorda, tem família e hora certa para comer.

Os dois acabam juntos, enquanto Macabéa, sozinha, continua a viver sem saber por que está vivendo, sem pensar no futuro nem sonhar com uma vida melhor. Até que um dia, seguindo uma recomendação de Glória, procura a cartomante Carlota.

O Veneno na Montanha, de Bianca Jung

Kalina Kaster precisa recuperar algo na temida prisão de Insula. Para isso, a garota comete um crime planejado e… bem-sucedido.

Ao chegar na gigantesca montanha, lar de uma misteriosa prisão e um castelo afastado no topo, Kalina engole todos os seus medos e entra de cabeça erguida como prisioneira. O que ela não esperava, era ver o objeto de todos os seus desejos escapar de forma trágica das suas mãos.

Entrar na toca das aranhas foi fácil, mas Kalina terá forças depois de tudo para não se deixar enroscar nas teias pegajosas delas?

Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex

No Centro Hospitalar Psiquiátrico de Barbacena, conhecido apenas por Colônia, ocorreu uma das maiores barbáries da história do Brasil.

O centro recebia, diariamente, todo tipo de gente considerada fora dos padrões sociais, como:

  • Pacientes com diagnóstico de doença mental;
  • Homossexuais;
  • Prostitutas;
  • Epiléticos;
  • Mães solteiras;
  • Meninas problemáticas;
  • Mulheres engravidadas pelos patrões;
  • Moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento;
  • Mendigos;
  • Alcoólatras;
  • Melancólicos;
  • Tímidos.

Essas pessoas foram maltratadas e mortas com o consentimento do Estado, médicos, funcionários e sociedade. Apesar das denúncias feitas a partir da década de 1960, mais de 60 mil internos morreram e um número incontável de vidas foi marcado de maneira irreversível.

Daniela Arbex entrevistou ex-funcionários e sobreviventes para resgatar de maneira detalhada e emocionante as histórias de quem viveu de perto o horror perpetrado por uma instituição com um propósito de limpeza social comparável aos regimes mais abomináveis do século XX.

Triste Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto

Policarpo Quaresma ama o Brasil. Ama porque é a terra mais fértil do mundo, porque tem a fauna e a flora mais lindas e exuberantes, porque é a cultura mais rica, a melhor comida, em variedade e sabores, porque possui as mulheres mais belas e, segundo ele, os melhores governantes.

Funcionário público, fluente em tupi, estudioso da cultura indígena e grande apreciador das modinhas de violão, Policarpo, como Dom Quixote de La Mancha, enfrenta moinhos de vento para provar a todos o seu ponto de vista, bradar ao mundo o amor por sua musa a mui amada pátria brasileira.

Repleto de personagens fortes e carismáticos, o romance de Lima Barreto é, ao mesmo tempo, um ensaio sobre o idealismo, uma crítica profunda, mas permeada de comicidade, da realidade brasileira do fim do século XIX e início do XX e um retrato das mudanças pelas quais o Brasil passava.

O peso do pássaro morto, de Aline Bei

A vida de uma mulher, dos 8 aos 52, desde as singelezas cotidianas até as tragédias que persistem, uma geração após a outra. Um livro denso e leve, violento e poético. Neste romance de estreia de Aline Bei, acompanhamos uma mulher que tenta não coincidir apenas com a dor de que é feita.

Abusado – O Dono do Morro Dona Marta, de Caco Barcellos

Para se entender a violência urbana instalada no Rio de Janeiro, é necessário compreender como pensam e como agem os criminosos que impõem o terror na cidade. O livro-reportagem é uma verdadeira lição sobre a lógica, os meandros e o modus operandi das grandes corporações criminosas.

Através da história de Juliano VP (codinome de um conhecido traficante carioca) ― sua infância, adolescência, entrada e ascensão no tráfico de drogas na favela Santa Marta (em Botafogo, bairro de classe média) ―, temos um retrato histórico da ocupação do morro pelo Comando Vermelho.

O Dia da Literatura Brasileira

De acordo com o Ministério da Educação, o Dia da Literatura Brasileira é uma homenagem ao escritor José de Alencar, um dos maiores nomes da literatura nacional. A data também celebra a contribuição dos outros autores brasileiros e destaca a importância da leitura no país.

*As sinopses foram extraídas das descrições disponíveis nas páginas dos livros na Amazon.

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