Meus amores, estou terminando me arrumar para ir a um almoçinho na casa da minha amiga de Santa Teresa e mandando uma mensagem para ela avisando que a porção de steak tartar que encomendei para petiscarmos será entregue na casa dela em breve, quando vejo nas minhas redes sociais, várias publicações sobre uma matéria falando do acidente do Ayrton Senna.
Segundo o portal Grande Prêmio, a verdadeira causa do acidente que matou Senna teria sido uma sutil modificação na direção do Williams FW16 naquele 1º de maio de 1994.
De acordo com Gian Paolo Cammarota e Angelo Casagrande, à época professores da Universidade de Bolonha, Itália, que foram responsáveis pelas análises minuciosas do material que se rompeu na batida na Tamburello. “Dificilmente a barra de direção teria suportado outra corrida sem se romper caso o GP de San Marino tivesse passado ileso pela tragédia.”
A ida de Senna para a Williams foi uma das grandes transferências da história da Fórmula 1 no final de 1993, mas o tricampeão estava desconfortável no cockpit por conta da posição da barra de direção. O desejo do brasileiro era que a peça fosse rebaixada para melhorar sua pilotagem, ele disse que sempre batia a mão na parte superior do chassi quando virava o volante.
No projeto inicial do Williams FW46, a coluna de direção era um tubo de metal de peça única com 910,2 mm de comprimento fixada ao chassi por meio de um suporte de liga de alumínio. Na ocasião, o regulamento determinava que uma vez que o volante fosse removido, deveria haver espaço suficiente no cockpit para a passagem de um gabarito de 250 mm x 250 mm.
Por conta disso, não foi uma tarefa nada fácil para atender o desejo de Senna, mas o projetista-chefe da Williams na época, Adrian Newey orientou o rebaixamento da coluna de direção em 2 mm, só que isso deixaria a medição do espaço fora do padrão do gabarito da FIA, então a solução encontrada pelo projetista da Williams foi reduzir o diâmetro em 4 mm nessa área.
Cammarota disse que foi feita uma “análise metalográfica superficial, testes de rugosidade interna e externa e um exame fractográfico (que detalha a morfologia da superfície de um material fraturado)”. Em seguida, ele se lembrou do relatório que foi apresentado pelo professor Enrico Lorenzini, reitor da Faculdade de Engenharia da Universidade de Bolonha e perito do caso, no julgamento do acidente dizendo que “a coluna de direção de três peças é indicativa de uma modificação mal projetada”.
A justiça italiana indiciou seis pessoas por conta do acidente fatal de Senna: Frank Williams (fundador da equipe), Patrick Head (cofundador), Newey (projetista), Roland Bruynseraede (inspetor de segurança da FIA), Giorgio Poggi (diretor de Ímola) e Federico Bendinelli (administrador da empresa Sagis, que controlava Ímola). Todos eles foram inocentados em primeira e segunda instância, mas, em 2005, Head foi culpado de negligência pela mudança na coluna de direção na Suprema Corte, mas ele não precisou cumprir pena, pois quando a sentença foi proferida, o crime já havia prescrito na Itália.