O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) disparou 4,6 pontos na passagem de março para abril, atingindo 115,5 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) Na métrica de médias móveis trimestrais, o indicador caiu 0,5 ponto, para 112,4 pontos.
“A alta do Indicador de Incerteza em abril foi motivada principalmente pelas incertezas globais relacionadas à política tarifária dos Estados Unidos e, mais especificamente, à guerra comercial desencadeada com a China”, avaliou em nota a economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Anna Carolina Gouveia.
Segundo ela, o componente de Mídia subiu ao maior nível desde 2022, ao retratar as oscilações das tarifas que seriam aplicadas, os produtos afetados e a intensificação do conflito tarifário. O componente de Expectativas, por sua vez, registrou leve alta no mês, num movimento de acomodação após fortes quedas desde janeiro.
“O nível baixo deste indicador sinaliza haver certo consenso de mercado nas previsões para as variáveis macroeconômicas nos últimos meses. Com a alta do mês, o IIE-Br retorna à marca dos 115 pontos, nível de incerteza elevado”, acrescentou Gouveia.
O IIE-Br é formado por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
O componente de Mídia do IIE-Br subiu 5,1 pontos em abril, para 119,9 pontos, contribuindo positivamente com 4,4 pontos para o índice agregado. O componente de Expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, interrompe a sequência de três fortes quedas seguidas e sobe 0,4 ponto no mês, para 91,2 pontos, contribuindo de forma positiva com 0,2 ponto para o resultado do IIE-Br de abril.
A coleta do Indicador de Incerteza da Economia brasileira é realizada entre o dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.