GIORDANO BARROS
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Um pedaço de madeira caiu de um prédio em construção e atravessou o para-brisa de um carro em movimento na rua dos Pinheiros, zona oeste de São Paulo, por volta das 11h50 desta terça-feira (29). O objeto atingiu o Renault Sandero prata no momento em que a motorista passava em frente ao edifício de 25 andares em construção.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do estado, o objeto atravessou o vidro dianteiro do carro, e os estilhaços atingiram a motorista de 39 anos, causando ferimentos nas mãos.
Segundo testemunhas, a condutora conseguiu parar o carro ao encostá-lo na calçada, nas imediações da estação Fradique Coutinho do metrô, e foi ajudada por pedestres e trabalhadores do próprio canteiro que presenciaram a cena.
“A gente achou que o pedaço de madeira tinha atravessado ela. Um rapaz que estava em um carro atrás, parou e socorreu, tirou ela do carro, e ela começou a chorar. Ficou muito nervosa”, contou Carol Mendonça, 30, funcionária de um estabelecimento próximo.
Outro trabalhador da região, Flávio Diniz, 29, relatou que só percebeu o ocorrido ao notar a movimentação crescente na rua. Segundo ele, a motorista estava sozinha no veículo no momento da queda da estaca. “Depois, alguém saiu guiando o carro pra ela porque estava visivelmente abalada”, disse.
O quinto e o sexto andares de um anexo lateral do prédio em construção não tinham telas fachadeiras visíveis -estruturas obrigatórias que funcionam como barreiras de proteção contra a queda de objetos em direção ao canteiro de obras, às calçadas e às vias públicas.
De acordo com a Norma Regulamentadora nº 18 (NR-18), que estabelece diretrizes de segurança para a construção civil, é obrigatória a instalação de proteções coletivas sempre que houver risco de queda de trabalhadores ou de projeção de materiais para áreas externas à obra.
Procurada, a construtora Libercon, responsável pelo empreendimento, afirmou que a obra segue “em conformidade com todas as normas técnicas e regulamentares”.
Sobre a estrutura do anexo onde foi a observada a possível falta de redes de proteção, a empresa declarou: “O anexo de 7 (sete) pavimentos conta com fechamento com tela tipo ‘piso a teto’ do primeiro ao quinto andar. Nos andares superiores, que ainda se encontram com escoramento, a proteção está posicionada de forma recuada, com o devido isolamento da área, em conformidade com as normas técnicas aplicáveis”.
A empresa afirmou também que está acompanhando o caso e oferecendo o suporte necessário, inclusive com a reparação dos danos materiais causados ao veículo
Um boletim de ocorrência foi registrado pela vítima no 14º Distrito Policial (Pinheiros) como perigo para a vida ou saúde de outrem. A delegacia deve investigar se houve falha no cumprimento das normas de segurança da obra.