DANIELE MADUREIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O Carrefour Brasil aprovou a proposta do seu controlador, o grupo francês Carrefour, para converter a companhia brasileira em subsidiária integral, com a consequente retirada de suas ações na B3.
A AGE (assembleia geral extraordinária) para tratar do assunto foi realizada nesta sexta-feira (25).
Depois de encerrarem o pregão de quinta-feira (24) cotadas a R$ 8,66, as ações do Carrefour Brasil (CRFB3) registram valorização de 0,46% nesta sexta, negociadas a R$ 8,70 às 13h.A empresa tem 32,55% do capital em circulação.
No último dia 3, o Carrefour havia melhorado sua proposta para adquirir todas as ações em circulação da subsidiária brasileira. O grupo elevou o valor em dinheiro que pagaria por ação do Carrefour Brasil para R$ 8,50, ante a oferta anterior de R$ 7,70 apresentada em fevereiro.
Os acionistas minoritários também tiveram a opção de receber uma ação do Carrefour para cada 9,96 ações da unidade brasileira (frente a uma ação por 11 papéis oferecida antes).
A terceira opção combinava o pagamento de R$ 4,25 em dinheiro por ação do Carrefour Brasil mais uma ação do Carrefour para cada 19,92 ações da controlada brasileira (antes, a opção era R$ 3,85 em dinheiro mais uma ação francesa para cada 22 ações do Brasil).
Na ocasião, o Carrefour disse que a nova proposta refletia a “confiança contínua do grupo nas perspectivas de longo prazo do Carrefour Brasil, bem como seu compromisso em oferecer um valuation atrativo aos acionistas minoritários”.
Os acionistas terão até 12 de maio para exercer sua opção de recebimento das ações. Cada acionista terá o direito de optar por receber uma única classe de ações, sem a possibilidade de combinar as opções apresentadas. “Uma vez feitas as escolhas, nenhum acionista da companhia poderá alterar sua escolha, que será definitiva, irrevogável e irretratável”, diz o texto do comunicado ao mercado divulgado hoje pelo Carrefour.
Em entrevista à Folha em março, o presidente do Carrefour Brasil, Stephane Maquaire, disse que o fechamento de capital iria “agilizar as operações”. “Ter duas empresas de capital aberto, uma em cima da outra, em dois países diferentes, não facilita muito. Alinhar as comunicações, a estratégia entre as duas realidades, é sempre um desafio.”
O executivo comentou que, depois da compra do grupo Big, a empresa ficou mais endividada. “Se fecharmos o capital, desaparece essa problemática específica da alavancagem, vamos seguir com um nível de dívida menor que o da nossa concorrência, e isso deixa de ser um tema”, afirmou.
Por nove anos consecutivos, o grupo Carrefour -dono também das bandeiras Atacadão e Sam’s Club- mantém a liderança no varejo alimentar brasileiro, com faturamento de R$ 120,5 bilhões em 2024, segundo ranking da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
VENDAS DO 1º TRI CRESCEM 7,3%
No primeiro trimestre deste ano, o grupo somou vendas consolidadas de R$ 28,8 bilhões, com alta de 5,7% na comparação anual, puxadas mais uma vez por Atacadão (crescimento de 7,3%, para R$ 20,7 bilhões). A bandeira de atacarejo respondeu por 72% das vendas do grupo no país no intervalo entre janeiro e fevereiro.
As lojas com a bandeira Carrefour atingiram vendas de R$ 6,4 bilhões nos primeiros três meses de 2025, o que representou uma queda de 6,3% na comparação anual. Já o Sam’s Club registrou alta de 1,9% no período, para R$ 1,7 bilhão.
A operação de comércio eletrônico somou R$ 3,1 bilhões em vendas, com alta de 28,9% na comparação ano a ano. O grupo soma mil lojas no país, incluindo drogarias e postos de combustível. No primeiro trimestre, encerrou nove pontos de venda e abriu dois.
O banco Carrefour, por sua vez, faturou R$ 17,8 bilhões, com crescimento de 12,1% no intervalo.