ISABELA PALHARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram que vão entrar em greve a partir desta sexta-feira (25) para pressionar o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) a recompor o quadro de docentes, aumentar o piso salarial da categoria e apresentar um plano de climatização para as escolas.
A greve foi aprovada em assembleia da Apeoesp (principal sindicato da categoria) em 21 de março. Desde então, o sindicato diz não ter conseguido avançar nas negociações com o secretário de Educação, o empresário Renato Feder.
Em nota, a secretaria disse que mantém diálogo permanente com a categoria e argumenta já atender aos pleitos dos professores.
Além da paralisação desta sexta, os professores farão também uma assembleia em frente ao Masp, na região central da capital, para definir os próximos passos da greve.
Entre as reivindicações da categoria está a contratação de mais professores efetivos. Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, o Ministério Público ingressou com duas ações civis públicas para obrigar o governo Tarcísio a recompor o quadro de profissionais da educação.
As ações defendem que o governo tem burlado a contratação por meio de concurso público e sistematicamente passou a preencher os quadros da educação com profissionais temporários, o que causa uma série de prejuízos ao funcionamento das escolas e, consequentemente, ao direito de aprendizagem dos alunos.
Apesar de reconhecer que o número de professores temporários é grande na rede estadual paulista, Feder disse que não há previsão de contratar mais efetivos.
Segundo ele, o último concurso tinha a previsão de contratar 15 mil docentes efetivos, mas o governo só conseguiu preencher cerca de 12 mil cargos com os aprovados até a terceira chamada do processo seletivo.
A categoria também pede que o governo de São Paulo passe a cumprir o Piso Nacional Salarial dos Professores -hoje, os docentes recebem uma bonificação para alcançar o mínimo estabelecido pelo governo federal, ou seja, os valores não são incorporados para cálculo de férias e aposentadoria, por exemplo.
Pedem ainda que a gestão Tarcísio apresente um plano para a climatização das escolas estaduais. Conforme mostrou a Folha de S.Paulo, a rede estadual de São Paulo tem o menor percentual de salas climatizadas do país, apenas 2,7% delas, segundo dados do Censo Escolar de 2023.
Segundo a Secretaria de Educação, porém, são 880 escolas climatizadas atualmente no estado, o que representa 17% da rede.
Feder já disse reconhecer como justas as demandas por climatização e o cumprimento do piso salarial. Ele, no entanto, disse que o Governo de São Paulo vai continuar pagando o Piso Nacional Salarial dos Professores por meio de abono -formato em que os valores não são incorporados para cálculo de férias e aposentadoria, por exemplo.