CAMPINAS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma operação da Polícia Civil de São Paulo prendeu hoje sete pessoas acusadas de participar de um esquema para roubar representantes comerciais durante visitas a lojas, em ações combinadas com os próprios donos dos comércios. As prisões ocorreram nas cidades de São Paulo, Campinas e Embu das Artes.
“Os comerciantes, na verdade, não eram vítimas, eles eram integrantes e associados aos assaltantes. Com o uso de armas, os assaltantes submetiam suas vítimas a perdas patrimoniais, roubos e extorsões”, disse Sandro Jonasson, delegado do 11º DP de Campinas.
Foram presos assaltantes, comerciantes e outros suspeitos de serem integrantes do esquema, que tinha como alvo, principalmente, representantes comerciais. Segundo a polícia, o proprietário do estabelecimento atraía o representante, e os criminosos fingiam assaltar o local.
Criminosos levavam o carro e as mercadorias das vítimas, que ainda eram obrigadas a fazer transferências via Pix. A Polícia Civil soube de um dos casos há cerca de um mês, quando um representante comercial relatou ter sido assaltado em um estabelecimento comercial em Campinas que, teoricamente, também seria alvo dos criminosos.
Um detalhe relatado por uma das vítimas chamou a atenção dos policiais: a proprietária de um estabelecimento cochichou com um dos bandidos durante um dos assaltos, e recebeu dele uma quantia em dinheiro. A Polícia Civil passou, então, a investigar também os proprietários dos estabelecimentos.
Esses comerciantes e outras pessoas envolvidas no esquema recebiam comissões por atrair as vítimas. “Não eram valores pequenos, eram quantias na ordem de R$ 15 mil, R$ 20 mil, R$ 30 mil. Um chegou a receber R$ 47 mil. Para a polícia, eles integram a associação criminosa. Essas pessoas deveriam ter a noção mínima de que R$ 47 mil não caem do céu. Ou seja, para nós, essas pessoas não podem alegar ignorância”, disse o delegado.
A Justiça expediu 27 mandados, sendo 15 de prisão e 12 de busca e apreensão. Sete pessoas foram localizadas e presas, enquanto outras oito continuam sendo procuradas. Foram apreendidos 13 celulares, duas maquinas de cartão de crédito, um notebook e oito cartões bancários.
Ainda não se sabe quantas pessoas foram vítimas dos criminosos, nem quando os crimes começaram. A polícia acredita que os líderes do grupo sejam de Campinas. As investigações prosseguem.