A mulher pertencia ao grupo Guerreros Buscadores de Jalisco, que identificou um suposto campo de treinamento do crime organizado no início de março naquele estado, o que evidenciou as mais de 125.000 pessoas desaparecidas no México, de acordo com os registros oficiais.
María del Carmen Morales – que denunciou o desaparecimento de um de seus filhos em fevereiro do ano passado – foi baleada junto com seu filho, Daniel Ramírez, na cidade de Tlajomulco de Zúñiga, informou o Ministério Público de Jalisco, em um comunicado.
O órgão disse que Daniel, de 26 anos, foi atacado por dois homens em uma moto e que, ao tentar defendê-lo, María del Carmen, de 43, também foi agredida.
O Ministério Público informou que até o momento não há indícios de que o crime tenha relação com a atuação da mulher na busca por pessoas desaparecidas.
No entanto, o duplo assassinato provocou um protesto do grupo Guerreros Buscadores, que exigiu uma “investigação imediata e completa dos eventos”.
“Pedimos à presidente, Claudia Sheinbaum, que pressione o estado de Jalisco a tomar medidas concretas para prevenir a violência e garantir justiça às vítimas e suas famílias”, disse a organização em um comunicado.
Jalisco é o estado mexicano com o maior número de pessoas desaparecidas, com 15.170 casos. A questão ganhou destaque nacional, quando o grupo com o qual María del Carmen trabalhou relatou ter encontrado uma fazenda contendo roupas e ossos carbonizados.
O governo mexicano disse que o local era um centro de treinamento do crime organizado, para onde inúmeras pessoas eram levadas com falsas ofertas de emprego e depois forçadas a passar por treinamento para ingressar em um cartel.
A Procuradoria-Geral do país deve fornecer mais detalhes sobre o caso em uma coletiva de imprensa na próxima terça-feira (29).
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