Vitor Roque ainda não mostrou a que veio — e os números começam a cobrar

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O Palmeiras ganhou do Cerro Porteño na quarta-feira (9), pela Libertadores, e, mais uma vez, o atacante Vitor Roque passou em branco. Semanas atrás, publiquei aqui um artigo questionando o desempenho de Vitor Roque no Palmeiras. O time havia sido derrotado em casa na final Paulista, e o atacante — apontado como uma das grandes promessas do futebol brasileiro — simplesmente não apareceu em campo. Dizia, então, que a torcida ainda estava procurando o futebol de Vitor Roque.

A reação de parte da internet foi imediata: críticas, acusações de que eu estaria “secando” o garoto, e muitos apelos para “ter paciência”. Afinal, ele tem apenas 19 anos, está em adaptação, e o discurso da esperança costuma ser sempre mais confortável que o da cobrança. Mas o tempo está passando — e os números estão começando a pesar.

Sites palmeirenses já fizeram um levantamento detalhado de quanto tempo Vitor Roque levou para marcar o seu primeiro gol em cada clube onde atuou. E, ao contrário do que muitos imaginaram, o histórico dele já mostra um padrão de lentidão para engrenar.

No Cruzeiro, foram 8 jogos até o primeiro gol. No Athletico-PR, 7 jogos. No Barcelona, ele precisou de 6 partidas até balançar as redes pela primeira vez. No Real Betis, marcou com apenas 2 jogos. Agora, com a camisa do Palmeiras, já são 7 partidas sem marcar. Nos últimos dois jogos, Abel te deixado o garoto no banco. Está mais do que claro que há uma frustração dentro do clube em relação ao garoto.

Ou seja: essa dificuldade em estrear com impacto, em chegar decidindo, não é novidade. É recorrente. E isso é preocupante, sim — principalmente quando se trata de um atacante, jovem, com explosão física, em plena forma e tratado como a “solução” ofensiva por onde passa.

Não se trata aqui de “cornetar” por esporte ou torcer contra. É uma constatação. O futebol brasileiro já viu muitos talentos promissores sucumbirem ao peso da expectativa. Vitor Roque ainda tem margem, tem idade, tem talento. Mas também precisa mostrar. Porque, até aqui, o discurso de que é “cedo demais para cobrar” já começa a parecer apenas uma muleta para esconder o óbvio: o desempenho está muito abaixo do que se espera — e do que se paga.

Fica o alerta. Ainda é tempo de virar o jogo. Mas a bola precisa começar a entrar.

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