De tornozeleira, Silvinei Vasques pede para assistir o próprio julgamento no STF

Silvinei Vasques (PSD), ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e atual secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, pediu autorização na segunda-feira (7) para acompanhar pessoalmente o julgamento do chamado “núcleo 2” da suposta tentativa de golpe de Estado no STF (Supremo Tribunal Federal).

Silvinei Vasques pede autorização de Moraes para viajar a Brasília

Apesar de denúncia da PGR, Silvinei Vasques foi mantido como secretário de São José – Foto: Reprodução/Instagram/ND

O julgamento de Silvinei Vasques e outros cinco denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) está marcado para os dias 22 e 23 de abril. Contudo, ele não pode deixar Santa Catarina devido a medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, que determinaram o uso de tornozeleira eletrônica.

Os advogados do ex-diretor da PRF enviaram uma petição a Moraes para o deslocamento do investigado de São José, na Grande Florianópolis, para Brasília, Distrito Federal, onde ocorrerá o julgamento da denúncia contra o “núcleo 2”.

“Considerando a relevância dos fatos imputados e a magnitude do julgamento que se avizinha, o comparecimento pessoal do requerente revela-se necessário para o pleno exercício de sua defesa, em consonância com os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa”, argumentaram os advogados.

Entenda a denúncia da PGR contra Silvinei Vasques

Denunciado pela PGR, Silvinei Vasques usa tornozeleira eletrônica

Ex-diretor-geral da PRF usa tornozeleira eletrônica e não pode deixar SC por determinação de Moraes – Foto: PMSJ

Silvinei Vasques foi denunciado pela PGR por coordenar “o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder em 2022.

A denúncia destaca que ele teria atuado na elaboração de um plano de trabalho para dificultar, mediante uso de força policial, “acesso às zonas eleitorais de eleitores considerados perigosos para um resultado favorável ao Presidente disputante da reeleição”.

Silvinei Vasques e Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, também denunciado pela PGR) teriam se reunido com demais lideranças da PF e PRF para organizar um “policiamento direcionado”, durante o segundo turno das eleições. Em depoimento, policiais relataram que o ex-diretor-geral disse que “era hora de escolherem um lado”.

Bolsonaro se tornou réu no STF pela suposta tentativa de golpe de Estado

PGR denunciou 34 pessoas pela suposta tentativa de golpe de Estado após derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 – Foto: Tânia Rego/Arquivo Agência Brasil/ND

Atualmente filiado ao PSD, Vasques esteve à frente da PRF durante o governo Bolsonaro. O ex-diretor foi preso em agosto de 2023, a pedido da Polícia Federal, por suspeita de interferência nas eleições de 2022.

Se o STF aceitar a denúncia da PGR, ele e outros cinco investigados se tornarão réus e vão responder a um processo criminal, assim como ocorreu com Bolsonaro e sete aliados do “núcleo 1”.

A denúncia será julgada pela Primeira Turma do STF, composta pelo relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Conheça os denunciados do “núcleo 2”:

  • Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da PRF)
  • Filipe Martins (ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro);
  • Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro);
  • Mário Fernandes (general do Exército);
  • Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal)
  • Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança do Distrito Federal).

Com informações do R7

 

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