Dia da Mentira: a tradição por trás das pegadinhas

Em vários países, o dia 1º de abril é conhecido como o Dia da Mentira ou Dia dos Bobos. A data é tradicionalmente marcada por pegadinhas, trotes e brincadeiras entre amigos. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, recebe o nome de April Fool’s Day, enquanto na França e na Itália é chamada de Peixe de Abril (Poisson d’Avril e Pesce d’Aprile, respectivamente). Nesses países, uma das brincadeiras populares entre crianças e adolescentes é colar pequenos peixes de papel nas costas de colegas desavisados.

A origem dessa tradição remonta à Europa do século XVI. Em 1582, o papa Gregório XIII implementou um novo calendário cristão, alterando a data do Ano Novo para 1º de janeiro. No entanto, algumas pessoas resistiram à mudança e continuaram comemorando entre o final de março e o início de abril. Com o tempo, aqueles que insistiam na data antiga passaram a ser alvos de brincadeiras, e o dia 1º de abril ficou associado à ideia de um “Ano Novo falso”, reforçando a tradição das pegadinhas.

Outra explicação para a data remete à Roma Antiga, mais especificamente ao festival de Hilária, que acontecia no equinócio de março em homenagem à deusa Cibele, considerada a “Mãe dos Deuses”. Cibele reunia características das deusas gregas Gaia, Reia e Deméter, e seu festival era marcado por celebrações e jogos humorísticos, o que pode ter influenciado a tradição do Dia da Mentira.

No Brasil, a brincadeira começou a se popularizar em 1828, quando o jornal mineiro “A Mentira” foi lançado. Em sua primeira edição, publicada em 1º de abril, a manchete anunciava falsamente a morte de Dom Pedro I, estabelecendo o costume de usar a data para divulgar informações enganosas de forma humorística.

Além das brincadeiras entre amigos, algumas empresas e veículos de comunicação passaram a aderir ao espírito do Dia da Mentira. Em 1980, por exemplo, a emissora britânica BBC noticiou que o governo do Reino Unido substituiria os ponteiros do famoso relógio Big Ben por um mostrador digital. A pegadinha incluía a promessa de que o primeiro ouvinte a telefonar para a rádio ganharia os ponteiros originais do relógio.

Nos Estados Unidos, em 1992, a National Public Radio (NPR) transmitiu uma entrevista com o comediante Rich Little, que imitava a voz do ex-presidente Richard Nixon. Durante o programa, o falso Nixon anunciava sua candidatura à Presidência, o que causou indignação entre os ouvintes, pois o político havia renunciado ao cargo em 1974 após o escândalo de Watergate. Essas ações mostram como o Dia da Mentira se tornou uma tradição global, mantendo seu caráter divertido e, às vezes, surpreendente.

The post Dia da Mentira: a tradição por trás das pegadinhas appeared first on SCTODODIA.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.