‘The White Lotus’ cortou personagem não-binário após eleições de Trump, diz atriz

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A atriz Carrie Coon, que interpretou a advogada Laurie na terceira temporada de The White Lotus, revelou em entrevista à revista norte-americana Harper’s Bazaar que uma personagem não-binária foi cortada da série por conta da eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Segundo a atriz, sua personagem teria uma filha não-binária e isso seria mencionado ao longo da trama. “Originalmente, o público descobriria que a filha [da Laurie] é, na verdade, não-binária, talvez trans, e usava os pronomes neutros elu/delu”, explicou a atriz.

“Então, você veria Laurie com dificuldades para explicar isso aos amigos, tendo dificuldade em usar os pronomes neutros e com a linguagem, o que era bem interessante”, pontuou Carrie. As coisas, no entanto, mudaram com a eleição do candidato republicano em 2024.

Ainda de acordo com a atriz, o clima político dos Estados Unidos fez com que Mike White, criador da série, retirasse as menções à filha de Laurie durante a edição da terceira temporada.

“A temporada foi escrita antes da eleição. Considerando a maneira como o governo Trump tem usado a guerra cultural contra pessoas trans, ainda mais desde a eleição, quando chegou a hora de editar o episódio, Mike sentiu que a cena era pequena demais e o tema complexo demais para que a abordagem sobre esse tópico fosse feita da maneira correta.”

Para a atriz, no entanto, a cena adicionava uma nova camada de complexidade à relação entre as amigas Laurie e Kate. “Era uma cena curta, mas, para mim, tornava a questão de saber se Kate votou em Trump muito mais provocativa e pessoalmente ofensiva para Laurie, considerando quem sua filha é”, pontuou.

Estadão Conteúdo

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