População de Ceilândia denuncia aumento de assaltos e furtos

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Por Daniel Xavier
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A população de Ceilândia, no Distrito Federal, vive em um cenário de crescente criminalidade. Moradores e comerciantes da região relatam que os assaltos acontecem a qualquer hora do dia, muitas vezes a céu aberto, e a sensação de insegurança é constante. Em um caso recente, câmeras de segurança registraram um homem com uma criança furtando um celular e outros objetos de uma agropecuária na quadra QNN 23/25.

No último sábado, 22/03, a Agropecuária Pai e Filho, localizada na região, foi alvo de um furto. Ao jornal de Brasília, o proprietário, William de Oliveira Silva Santos, 42 anos, relatou que um indivíduo utilizou uma criança de aproximadamente quatro anos como disfarce para cometer o crime. “Ele entrou na loja sem levantar suspeitas, fez perguntas sobre aves, peixes, brinquedos e outros produtos. Como parecia um cliente comum, deixei ele com minha funcionária e saí. Cerca de 40 minutos depois, minha colaboradora me ligou de outro número perguntando se eu havia pegado o celular dela. Fui direto verificar as câmeras de segurança”, explicou William. 

“Usando a criança para cometer o crime”

As imagens mostraram que o suspeito aproveitou um momento de distração da funcionária para furtar o celular que estava dentro de uma prateleira transparente. Além disso, ele também pegou uma coleira e possivelmente outros itens pequenos. “Ele simplesmente esticou a mão por dentro da prateleira e levou o celular. Assim que percebemos, fomos atrás dele, mas já havia sumido”, relatou o empresário. William destacou que a área sempre foi tranquila, pois há presença constante da polícia devido à proximidade com uma escola. No entanto, furtos e assaltos têm se tornado mais frequentes. “Nasci e cresci aqui, minha família é de militares. Meu irmão, dono do prédio, é policial militar, assim como meu pai, que mora logo à frente. Existe um certo respeito na comunidade, mas esse rapaz é novo na área e já soubemos que ele assaltou uma mulher e roubou a bicicleta de uma criança em ruas próximas”, afirmou. 

Apesar da presença de câmeras de segurança – seis no total –, o criminoso agiu sem receio. “Ele sabia que estava sendo filmado, mas não se preocupou. Hoje em dia, parece que não há mais medo de nada”, lamentou. O empresário registrou a ocorrência no 19º Distrito Policial, e a polícia realizou diligências, mas até o momento o suspeito não foi encontrado. “Fizeram buscas na região e disseram que, caso o encontrem, me chamarão para o reconhecimento. O que mais me choca é o fato de ele ter usado a própria irmã, uma criança de quatro anos, para cometer o crime. Já está ensinando ela desde cedo a agir errado”, concluiu William.

“Você deu mole, levaram seu celular”

Outro morador da região, Sueton Matias, de 43 anos, que é dono de um lava-jato, também relatou a violência constante no local. “Os assaltos ocorrem em paradas de ônibus e vielas, e até mesmo ciclistas são abordados a plena luz do dia”, disse Sueton, que há 25 anos mora em Ceilândia. Ele contou que já foi vítima de roubo em seu próprio estabelecimento, quando um homem se passou por cliente e levou seu celular. Ao registrar a ocorrência, Sueton foi desanimado pela resposta da autoridade policial. “O delegado apenas disse: ‘Você deu mole, levaram seu celular. Não há nada a fazer’”, relatou.

Sueton também presenciou casos de roubos na porta de seu estabelecimento e se viu impotente diante da situação com os assaltos frequentes. Ele conta que já presenciou casos inusitados. Matias relembra o momento em que, sentado no lava-jato, viu um carro parar em uma parada de ônibus e criminosos abordarem estudantes, clientes do seu estabelecimento. “Levaram os celulares deles e fugiram rapidamente”, diz. “Hoje (28/03) pela manhã, presenciei mais um assalto na parada de ônibus, os alunos que vão para escola aqui do lado, são assaltados o tempo todo”, completa.

A falta de policiamento é um problema grave, e ele destacou que, muitas vezes, não há viaturas circulando pela área. “A sensação de insegurança é constante. A qualquer momento, um assalto pode acontecer e nada será feito”, desabafou. Preocupado com a situação, Sueton investiu em medidas de segurança próprias, como câmeras de vigilância no lava-jato, e planeja instalar mais. “Tenho medo de sair de madrugada para rua, ir à academia, e ser roubado. Por isso, muitas vezes nem levo o celular”, afirmou. Enquanto isso, moradores e comerciantes aguardam por ações concretas para melhorar a segurança na região e reduzir a onda de criminalidade. O JBr procurou a Polícia Militar do Distrito Federal – (PMDF) para esclarecimentos sobre a segurança da região, mas não obteve respostas até a publicação dessa reportagem.

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