Março Lilás conscientiza mulheres sobre a prevenção do câncer de colo uterino

imagem do whatsapp de 2025 03 28 à(s) 08.23.56 eb775c4e

O Ministério da Saúde estima que cerca de 17 mil mulheres serão diagnosticadas com câncer de colo uterino em 2025, enquanto o Instituto Nacional de Câncer (Inca) revela que a doença é o terceiro tipo mais incidente entre elas. A oncogeriatra Maria Laura Perini (CRM-SP 175.085 e RQE 103.713) explica que o HPV (Papilomavírus Humano) é a principal causa da patologia, estando relacionado principalmente à persistência dos tipos 16 e 18.

imagem do whatsapp de 2025 03 28 à(s) 08.23.56 26be50c8
Março Lilás conscientiza mulheres sobre a prevenção do câncer de colo uterino

Além disso, o vírus é transmitido sexualmente e a infecção costuma não provocar sintomas. No entanto, a médica lembra que, em alguns casos, quando a infecção persiste ao longo do tempo, pode levar a alterações nas células do colo do útero, que, se não for tratada, pode evoluir para câncer. Essas alterações celulares são chamadas de lesões precursoras, como a displasia ou neoplasia intraepitelial cervical (NIC).

Já a vacina contra o HPV é importante para reduzir o câncer de colo uterino, pois, segundo a especialista, as mulheres que receberam o imunizante, entre 12 e 13 anos, possuem menos chances (em torno de 87%) de adquirir a doença se comparadas com aquelas que não foram vacinadas.

Sintomas

Conforme Maria Laura, na maioria das vezes, a infecção é assintomática, porém, em estágios avançados, o câncer de colo uterino pode causar problemas como:

Sangramento vaginal anormal: fora do período menstrual, como sangramentos entre os ciclos menstruais ou após a relação sexual. Sangramento após a menopausa é          um                         dos         sinais mais     preocupantes               e    deve   ser    investigado imediatamente.

Dor pélvica: dor constante ou desconforto pode ser um sintoma de que o câncer está avançando.

Corrimento vaginal anormal: se o cheiro está forte ou com sangue, pode ser um sinal de câncer cervical.

Dor durante a relação sexual (dispareunia): mulheres com câncer cervical podem sentir dor durante a relação sexual, especialmente em estágios mais avançados da doença.

Alterações no padrão urinário ou intestinal: quando o câncer se espalha para outras áreas, pode causar problemas urinários, como dor ou dificuldade para urinar, ou alterações no hábito intestinal, como constipação.

Fatores de risco

Idade: o câncer de colo uterino é mais comum em mulheres de meia-idade, especialmente entre 35 e 44 anos.

Infecção pelo HPV: especialmente os tipos 16 e 18, é a principal causa do câncer cervical. A maioria dos casos de câncer de colo uterino está relacionada ao HPV.

Início precoce da atividade sexual: mulheres que iniciam a vida sexual muito jovens têm maior risco de se infectar com o HPV.

Múltiplos parceiros sexuais: o risco aumenta em mulheres com vários parceiros sexuais, visto que a probabilidade de exposição ao HPV também é maior.

Falta do uso de preservativo: o uso inconsistente ou a falta de preservativo durante as relações sexuais aumenta o risco de contrair o HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que estão associadas ao câncer de colo uterino.

Sistema imunológico comprometido: mulheres portadoras de HIV/AIDS, que usam medicamentos imunossupressores, têm maior risco de desenvolver câncer cervical devido à dificuldade em controlar a infecção por HPV.

Tabagismo: fumar aumenta o risco de câncer cervical, possivelmente devido aos efeitos do tabaco no sistema imunológico e na capacidade do organismo de combater infecções, como a infecção por HPV.

Uso prolongado de contraceptivos orais: o uso de pílulas anticoncepcionais por mais de cinco anos pode aumentar o risco de câncer de colo uterino, embora o efeito seja pequeno e a proteção contra outras condições, como o câncer ovariano, também seja um benefício.

Histórico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs): ter um histórico de ISTs, como clamídia e gonorreia, pode aumentar o risco de câncer de colo uterino.

Fatores genéticos e antecedentes familiares: mulheres com histórico familiar de câncer cervical ou de outros tipos de câncer associados ao HPV podem ter maior risco.

Fatores socioeconômicos: mulheres com menor acesso a cuidados de saúde preventivos, como exames de Papanicolau (citologia cervical), têm maior risco de desenvolver câncer cervical devido à falta de detecção precoce.

Tratamento

A médica ressalta que o tratamento depende do estágio da doença, do tamanho do tumor, da saúde geral da paciente e de outros fatores individuais. “Os principais métodos de tratamento incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia, terapia-alvo, podendo ser usados isoladamente ou em combinação, dependendo do caso”, aponta.

Importância do Papanicolau

A oncogeriatra esclarece que o exame de Papanicolau é indicado como rastreamento de câncer de colo uterino para mulheres a partir dos 25 anos, ou após três anos do início da atividade sexual (o que ocorrer primeiro), sendo os dois primeiros anuais, e após a cada três anos (se os anteriores estiverem normais). “Devemos continuar realizando até os 64 anos, e podemos encerrar o rastreio se os dois últimos forem negativos consecutivos. Mulheres com HIV e/ou imunodeprimidas devem realizar o exame logo após iniciar a vida sexual, com periodicidade anual. O diagnóstico precoce do câncer de colo uterino muda o prognóstico da doença, aumentando as chances de cura”, pontua.

Índices de cura

De acordo com a médica, os índices de cura para o câncer de colo uterino variam e dependem do estágio no qual a doença é diagnosticada, do tratamento utilizado e de outros fatores individuais. “Se diagnosticado no estádio inicial, a taxa de sobrevida em 5 anos é bastante alta, em torno de 90% a 95%. Em estágio avançado, quando o câncer se espalha para órgãos distantes, como os pulmões, fígado ou ossos, a taxa de sobrevida em 5 anos é significativamente reduzida, variando de 15% a 20%”, finaliza.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.