Moradores do Itapoã enfrentam lama e poeira à espera de pavimentação 

novacap

CARLIANE GOMES
[email protected]

Os moradores da Quadra 318 do Itapoã enfrentam dificuldades devido à falta de pavimentação asfáltica, lidando com poeira na seca e lama durante o período chuvoso. A Novacap afirma que as obras seguem normalmente, mas pede paciência à comunidade, destacando que as chuvas podem impactar o andamento dos trabalhos.  

Entre muita sujeira, sofrimento e lama, essa é a realidade dos moradores da região. Há mais de 15 anos sem um asfalto digno, eles sofrem com os transtornos causados pela chuva e pela poeira. Em outubro do ano passado, a Secretaria de Obras do DF anunciou uma série de melhorias para o bairro, incluindo calçadas, pavimentação asfáltica, meio-fios e um sistema de drenagem para águas pluviais.  

Desde então, algumas ruas da 318 já receberam intervenções, mas a obra ainda não foi finalizada em toda a região. Elson Pereira, 53 anos, relata que sua rua recebeu asfalto, mas os buracos começaram a reaparecer. Ele também aponta falhas na execução do projeto. “Ainda falta muita coisa. Tem os meios-fios para fazer, as calçadas, os quebra-molas… Na rua mesmo já bateram 3 carros porque a velocidade é muito alta. A gente fica com medo de um carro invadir nossa casa”, desabafa.  

A confeiteira Edna Siqueira, 35 anos, que mora no local há 17 anos, sonha com o dia em que poderá abrir o portão e ver uma paisagem diferente. “Agora a gente espera que essa seja a última vez que passamos por esse transtorno. Quando chove, a lama e a água acumulada dificultam tudo. Às vezes, um cano quebrado, ninguém conserta e ficamos sem água. O bairro fica sujo, feio, e os carros atolam”, lamenta.  

Moradores relatam que, em alguns dias da semana, máquinas aparecem para trabalhar na região, mas reclamam da lentidão e da falta de acabamento nas ruas já pavimentadas.  Luciano Silva, 18 anos, morador da Quadra 318 do Itapoã há 4 anos, afirma que nunca viu a rua onde mora pavimentada. Segundo ele, a justificativa para a paralisação das obras tem sido a chuva, mas, mesmo em períodos mais quentes, não percebeu movimentação significativa. “Dizem que não estão trabalhando por causa da chuva, mas e no calor? Eu nunca vi eles aqui”, questiona. Diante dos desafios enfrentados pela comunidade, como lama, poeira e dificuldades de locomoção, ele reforça a necessidade de que o asfalto seja finalizado o quanto antes. “Tem que passar o asfalto logo, né?”.

Em nota, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) afirmou que as obras seguem normalmente, incluindo drenagem pluvial e movimentação de terra. Segundo a empresa, o período chuvoso prejudica o andamento do projeto. “A empresa está trabalhando para minimizar os impactos causados pelas mudanças climáticas, mas é importante que a comunidade compreenda que as obras são necessárias para a melhoria da região”, declarou.  

Além das chuvas, fatores geográficos também dificultam o avanço do projeto. “O local impõe uma série de desafios, como ligações clandestinas de água e eletricidade. Além disso, as ruas estreitas dificultam a movimentação dos equipamentos de grande porte”, informou a Novacap.  

A Secretaria de Obras do DF afirmou que, para garantir avanços, os trabalhadores estão atuando também no período noturno, com o objetivo de acelerar os serviços e reduzir os transtornos para a população.  

Com diversas frentes de trabalho em andamento, a previsão de entrega das obras é novembro deste ano. Até lá, os moradores continuam enfrentando os desafios do convívio diário com poeira, lama e a incerteza sobre quando poderão, finalmente, desfrutar de uma infraestrutura melhor para viver. 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.